Refeições vão além do mero ato de comer — são espaços privilegiados de convivência, transmissão de valores e fortalecimento de vínculos, especialmente em contextos religiosos (orações, bênçãos) e educacionais (etiqueta, diálogo, hábitos saudáveis). No entanto, o uso crescente de celulares à mesa tem gerado preocupações entre especialistas.
Impactos do uso do celular
nas refeições
Aumento do consumo de
calorias
Estudos revelam que o uso de
smartphones durante as refeições está associado ao aumento da ingestão
calórica, especialmente entre os jovens, pois a distração altera sinais
fisiológicos de fome e saciedade CNBiotec.
Menor atenção ao que se come
e à saciedade
Revisões sistemáticas
apontam que o uso de telas durante o consumo de alimentos reduz o controle
cognitivo sobre a alimentação, prejudicando a percepção de saciedade e levando
ao consumo excessivo ScienceDirectPMC.
Impactos no metabolismo
A distração digital pode
também afetar a saúde metabólica pós-refeição, alterando respostas hormonais e
influenciando a composição nutricional das refeições PMCWjgnet.
Menor prazer e conexão
social
Estudos mostram que pessoas
que usam o celular durante o jantar desfrutam menos do momento, apresentam
menor engajamento social e maior sensação de isolamento TIME.
Padrões alimentares e peso
corporal
Padrões regulares de
distração durante as refeições estão associados a um índice de massa corporal
(IMC) mais elevado ScienceDirect.
Desatenção dos pais durante
refeições com crianças
O uso do celular por
cuidadores durante as refeições tende a reduzir conversas e intensidade
emocional com os filhos, prejudicando o desenvolvimento de bons hábitos
alimentares BioMed Central.
Reflexos religiosos: entre
tradição e risco
Práticas religiosas que envolvem mudanças na alimentação — como jejum ou restrições alimentares — são comuns, mas nem sempre são motivadas exclusivamente pela fé. Em alguns casos, são usadas como estratégia de controle de peso, o que pode desencadear transtornos alimentares PMCBioMed Central.
Por outro lado, crenças religiosas internalizadas de forma positiva — por exemplo, considerar o corpo como algo sagrado — podem atuar como fator protetor contra distúrbios alimentares. Em contrapartida, visões religiosas impostas externamente podem elevar o risco de comportamentos alimentares disfuncionais National Eating Disorders Association.
Conclusão
O uso de celulares durante as refeições mina o valor simbólico da mesa como espaço de presença e aprendizado — emocional, espiritual e educacional. Estudos científicos reforçam que esse hábito impacta tanto a saúde mental quanto física, além das relações interpessoais.
Recomendações práticas:
Estabelecer momentos “sem
tecnologia” à mesa.
Reforçar tradições
religiosas e educativas, como orações ou diálogos conscientes.
Incentivar a atenção plena
(mindful eating), valorizando a experiência sensorial da refeição.
0 Comentários