A dor e o sentimento de
impunidade dominam a rotina de Lucinha Mota. À espera por justiça há mais de
oito anos pela morte da filha, Beatriz Angélica Mota, ela cobra diariamente que
o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) julgue o recurso em sentido estrito
interposto pela defesa de Marcelo da Silva, réu confesso do crime, ocorrido em Petrolina,
no Sertão do Estado.
O recurso está pronto para
julgamento há 40 dias, no gabinete do desembargador Honório Gomes do Rego
Filho, da 1ª Câmara Criminal, que irá decidir se mantém a pronúncia, ou seja,
se o réu irá a júri popular. O tribunal segue em recesso forense até o próximo
domingo (30/06).
“Meu café da manhã é olhar a
movimentação desse processo. Cruel demais”, afirmou Lucinha.
A Procuradoria de Justiça
Criminal, do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), já apresentou parecer
contrário ao recurso da defesa, que argumentou ter identificado supostas falhas
no curso da investigação.
No final de 2021, os pais de
Beatriz, Lucinha e Sandro Romilton, caminharam mais de 720 quilômetros, de
Petrolina ao Recife, para cobrar agilidade nas investigações do crime, ocorrido
em 10 de dezembro de 2015.
O percurso até o Palácio do
Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco, durou 23 dias e teve
repercussão nacional. Semanas depois, a Polícia Civil prendeu Marcelo da Silva.
Agora, Lucinha planeja caminhar até Brasília para cobrar celeridade no processo
judicial.
“Estou me preparando para
caminhar até o Ministério da Justiça e Segurança Pública, caso o júri não
aconteça esse ano. O Judiciário está protelando a sentença em segunda
instância. Isso é violência institucional, uma crueldade com a família”, disse
a mãe de Beatriz. Agreste VI0I3NT0.
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