A decisão deve considerar o
espaço no banheiro, a economia de água e se você vai precisar quebrar o chão ou
a parede.
Comprar um novo vaso
sanitário envolve avaliar a economia de água, o tamanho do seu banheiro e,
claro, se o design é do seu gosto. Tudo isso levando em conta o custo final do
produto, que pode variar muito de acordo com o tipo de bacia, a reputação da
marca e até a cor da louça.
🚽 Outra preocupação é a instalação.
Dependendo do modelo, o processo pode ser tão simples e direto quanto parafusar
um quadro na parede, ou as coisas podem se complicar e uma pequena reforma ser
necessária para readequar o piso e a parede ao novo vaso.
Para saber qual vaso
comprar, é importante começar entendendo quais são os diferentes tipos de
bacias – a parte onde a pessoa se senta – e caixas – onde a água da descarga
fica armazenada. Eles são, basicamente:
Bacia convencional: não usa
caixa, mas sim uma válvula para captar a água do encanamento.
Bacia com caixa acoplada:
tem a caixa visível na parte de trás.
Bacia suspensa: fixada na
parede. A caixa costuma ser do tipo acoplada, mas fica escondida por dentro da
parede.
Veja, abaixo, 5 modelos de
vasos selecionados pelo Guia de Compras dentro dessa classificação. A seleção
inclui produtos avulsos e kits de instalação – com assento, parafusos, vedação
e fixação já inclusos no pacote.
Os valores dos itens
variavam de R$ 480 a R$ 2.500, quando consultados, no fim de abril, nas
principais lojas da internet.
No fim da reportagem, veja
mais dicas do que considerar na hora da compra.
No que ficar de olho na hora
da compra
🚽 Qual tipo de bacia escolher?
Qualquer que seja o tipo de
bacia escolhido, será necessário primeiro medir bem o banheiro e sempre prestar
atenção às dimensões do produto.
Com essa parte feita, o
consumidor pode olhar para as vantagens e desvantagens de cada tipo de bacia.
Leia sobre cada uma delas abaixo.
Bacia convencional
É a popular “privada de
válvula”, chamada assim por conta da forma como a descarga é acionada,
geralmente por uma válvula instalada diretamente no encanamento e acionada por
um botão na parede.
“Esse tipo de descarga
permite um acionamento constante sem restrição de saída de água”, conta Tatiane
Waileman, arquiteta.
“O que muitos podem achar
uma vantagem também impacta no maior consumo de água e na necessidade de um
encanamento adequado, com um diâmetro maior para comportar a vazão”, diz
Waileman. Na prática, quem mora em apartamento costuma ter que seguir a
recomendação do prédio sobre o tipo de vaso – normalmente o com caixa acoplada.
A maior vantagem é o tamanho
menor, bom para banheiros compactos. No geral, as bacias não variam muito em
largura ou altura, mas sim em profundidade, o que pode influenciar, por
exemplo, se a porta vai abrir até o final ou não.
Bacia com caixa acoplada
Esse modelo costuma ser maior
e ocupar mais espaço, por isso é preciso medir direitinho o banheiro antes de
fazer a escolha. Mas é a melhor opção para economizar água.
“A caixa acoplada sempre vai
despejar a mesma quantidade de água. A de válvula depende do usuário”, diz
Felipe de Braga Castro, coordenador de desenvolvimento de produto da Deca.
Por serem mais modernas,
essas privadas já costumam vir com o acionamento duplo da descarga, que
dispensa 3 litros para dejetos líquidos e 6 litros para os sólidos.
A instalação não é muito
diferente da bacia convencional. “Ter a caixa de descarga para instalar também
leva mais tempo, mas apenas a bacia leva só 2 parafusos. Não é difícil, mas
pode ser chato de transportar, pelo peso”, alerta Castro.
Mais fáceis ainda são os
modelos “monobloco”, em que a caixa e a bacia formam uma peça única. “A
instalação é mais simples, já que é necessário fixar apenas uma peça”, explica
Waileman. A arquiteta acrescenta que também são mais fáceis de limpar, mas que
a principal desvantagem é o preço, mais caro.
Bacia suspensa
Diferente dos modelos acima,
que podem ter saída de esgoto vertical (pelo piso) ou horizontal (pela parede),
o vaso de bacia suspensa só pode ser montado na parede.
Ele também possui uma caixa
de descarga acoplada, só que ela fica “escondida” dentro da parede. Para isso,
é preciso que o banheiro já tenha a infraestrutura certa preparada, com a caixa
e o suporte já montados. Veja como é na imagem abaixo:
“O projeto da obra precisa
nascer com esse tipo de instalação em mente. Precisa prever, na alvenaria, o
espaço para receber o tipo de produto, para que a bacia possa ser confiável e
aguentar o peso”, explica Bruna Hernandez, especificadora técnica da Roca
Brasil.
Em questão de
acessibilidade, é o melhor dos modelos, já que sua altura pode ser regulada de
acordo com a vontade ou necessidade do consumidor – o que não dá para fazer com
os outros, que têm altura fixa.
🪠 Como fugir do
entupimento
Se você tem problemas com
entupimentos frequentes do vaso e quer evitar isso no próximo modelo, pode
ficar de olho em alguns pontos.
Diâmetro do sifão
O sifão é a parte dentro da
bacia por onde os dejetos passam antes de caírem na saída de esgoto. “O
diâmetro dessa peça é algo que nunca damos muita atenção, mas isso é muito
importante para prevenir entupimentos”, diz Bruna Hernandez, da Roca Brasil.
“Na norma brasileira, o
mínimo exigido é de 40 mm”, conta a profissional. No entanto, é possível
encontrar vasos com medidas maiores no mercado, o que é mais indicado para quem
não quer ter nenhum problema.
Furo de jato
Em descargas comuns, a água
desce em redemoinho por meio de furos na parte de cima da bacia. Alguns modelos
possuem um furo extra, que fica no fundo do vaso, apontado para o sifão. A
posição permite que a água saia com força e atinja os resíduos diretamente, o
que facilita sua expulsão.
“Ele concentra uma maior
vazão de água que impulsiona os dejetos com mais precisão. Em vasos com o jato,
30% da água vai para esse furo”, explica Hernandez.
Nada de jogar resíduos
proibidos
Se, mesmo com um sifão largo
e um modelo com jato, a privada ainda esteja passando por entupimentos, o
problema pode ser você mesmo.
“Muita gente descarta
resíduos que não são indicados, como fraldas, que são um bloco compacto que podem
passar de 50 mm de diâmetro, e lenço umedecido, que não se dissolve na água”,
avisa Felipe de Castro, da Deca.
O profissional também relata
problemas com casos de brinquedos ou objetos rígidos que se prenderam no vaso.
O papel higiênico também não deve ser descartado na privada, pois o sistema de
encanamento brasileiro não é equipado para dissolver o material
apropriadamente.
👷 Vai ter quebra-quebra?
Vai depender se você vai ou
não trocar o tipo de bacia. “A parte da hidráulica é padrão, isso não muda. O
que muda é se a bacia era convencional e trocou para com caixa acoplada”, conta
Bruna Hernandez, da Roca Brasil.
“Vai ter diferença de medida
entre a parede e a bacia, no eixo onde vai ser conectada a parte do esgoto”,
afirma Hernandez. Segundo a profissional, no Brasil, as bacias seguem o padrão
de 26 cm de espaço para bacias convencionais e de 30 cm para as de caixa
acoplada.
Nesse caso, “será preciso
adequar tanto a parede como o piso, o que envolve retirar o revestimento, fazer
a mudança e então refazer o revestimento”, afirma Felipe de Castro, da Deca.
E quando fazer essa troca?
Acontece que as bacias convencionais são mais comuns em prédios e casas antigos
e, na época, foram instaladas sem levar em conta as práticas de economia de
água de hoje.
“Sempre que possível, indico
a troca para caixa acoplada. É mais econômica, evita desperdício de água, e não
é necessária troca do encanamento”, diz Tatiane Waileman, arquiteta.
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