Uma aluna morreu e outros três ficaram feridos após um
ataque a tiros dentro da Escola
Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo, na manhã desta
segunda-feira (23). A informação foi confirmada pelo governo de São Paulo.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, um adolescente
de 15 anos, também aluno, entrou armado no colégio e efetuou os disparos. Ele
foi apreendido junto com a arma. Até a última atualização desta reportagem, a
polícia não havia divulgado a motivação do ataque e nem a origem da arma.
Ao todo, três estudantes foram atingidos pelos tiros. A
vítima que não resistiu aos ferimentos tinha sido baleada na cabeça. Outras
duas foram feridas no tórax e na clavícula. Um quarto aluno se machucou ao
tentar fugir durante o ataque, de acordo com nota divulgada pelo governo
estadual.
Os feridos foram levados para o pronto-socorro do
Hospital Geral de Sapopemba. Não foram divulgados detalhes sobre o estado de
saúde deles.
Ainda por meio de nota, a gestão estadual lamentou o
ocorrido e disse que a prioridade é prestar atendimento aos familiares das
vítimas.
"O governo de SP lamenta profundamente e se
solidariza com as famílias das vítimas do ataque ocorrido na manhã desta
segunda-feira (23) na Escola Estadual Sapopemba. Nesse momento, a prioridade é
o atendimento às vítimas e apoio psicológico aos alunos, profissionais da
educação e familiares."
Tiros e desespero
A Polícia Militar foi chamada por volta das 7h30 para
atender a ocorrência na Rua Senador Lino Coelho. O ataque teria ocorrido às
7h20. O helicóptero da corporação e 20 viaturas da PM foram enviados ao local.
Pais de alunos foram até a unidade após serem informados
do ataque. Ao g1, moradores do bairro relataram o desespero ao ouvir os
tiros.
"Eu moro na mesma rua da escola. Eu estava tomando
café para ir trabalhar, e eu e meu irmão ouvimos em torno de três tiros. Meu
irmão ouviu gritos, eu subi para o quarto e abri a janela. E vi o pessoal
saindo correndo da escola. Fui em frente à escola para saber o que houve, aí
soube da notícia. Foi muito rápido", contou uma testemunha.
Segundo ataque em 7 meses
O ataque desta segunda (23) é o segundo caso registrado
na capital paulista somente neste ano.
No dia 27 de março deste ano, uma
professora de 71 anos morreu e quatro pessoas ficaram feridas após serem
atacadas com faca por um aluno do oitavo ano da Escola Estadual
Thomazia Montoro, na Zona Oeste de São Paulo. O agressor, de 13 anos, foi
desarmado e levado para uma unidade da Fundação Casa.
Elisabete
Tenreiro era professora desde 2015 e havia começado na escola Thomazia
Montoro neste ano. A educadora tinha se aposentado como técnica do Instituto
Adolfo Lutz em 2020, mas continuou dando aulas de ciências.
Em agosto, a reportagem do g1 esteve na escola
estadual e constatou que, cinco
meses depois do atentado, ainda não havia psicólogos disponíveis para o
atendimento de professores e alunos na unidade escolar. A medida tinha
sido uma promessa do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
À época, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) chegou
a afirmar que quadruplicou o orçamento inicial destinado a políticas públicas
de garantia da segurança e proteção de convivência no ambiente escolar,
passando para R$ 100 milhões.
Contudo, duas das professoras que foram vítimas do ataque
na Escola Estadual Thomazia Montoro, disseram ao g1 que a escola só
recebeu visitas de um grupo de estudos em psicologia da Universidade de São
Paulo (USP) e que o corpo docente e discente foram orientados a procurar
atendimento psicológico no Sistema Único de Saúde (SUS).
Ainda segundo as professoras, a comunidade escolar está "pagando" pelos dias de recesso pós-ataque com reposições de aulas em período de férias, e o programa Conviva, do governo, não funciona na unidade escolar. G1
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