A Moura lança o Enertank, o primeiro
sistema modular de armazenamento de energia com bateria de chumbo aditivada com
carbono, sendo 100% desenvolvido e fabricado em Belo Jardim, no
Agreste de Pernambuco. Até hoje, as outras opções disponíveis no mercado são
com bateria de lítio, mineral cujo o beneficiamento ainda não é feito no País.
O produto da Moura foi desenvolvido em um ano pelos engenheiros da empresa no
instituto de tecnologia da companhia, também no Agreste.
Segundo o gerente do Negócio de Armazenamento de Energia do Grupo Moura,
Adalberto Moreira, a empresa fez a opção pelo chumbo para dar mais robustez ao
sistema, reduzir custos e ter viabilidade econômica. “É um sistema que tem a
cara do Brasil. Optamos modularizar o sistema pra ter uma solução que seja
escalável de acordo com a necessidade do cliente”, explica.
A quantidade mínima de energia que pode ser armazenada pelo Enertank é
de 150 quilowatt-hora num módulo. “O Céu é o limite para armazenar a
energia. É como se fosse uma peça de Lego, que vai montando de acordo com o que
o cliente precisa”, afirma Adalberto. Quanto maior for a quantidade de
módulos, a tendência é o produto ficar mais escalável, o que significa mais
barato para o cliente final.
O armazenamento de energia é um dos grandes problemas do Brasil que
atualmente passa por uma grande expansão de energia consideradas de fonte
intermitentes, como as eólicas e os sistemas de geração solar fotovoltaica, que
podem diminuir a geração, de forma brusca, devido à falta da matéria-prima: os
ventos ou a radiação solar.
O Enertank não emite o gás carbônico que contribui para o aquecimento
global e é muito apropriado às empresas que precisam gerar energia na hora de
pico, quando a conta de luz é mais cara. Geralmente, as empresas usam diesel
para produzir energia. E a queima de um combustível fóssil, como o diesel,
emite gás carbônico, que contribui para o aquecimento global.
O sistema é indicado a diversos negócios, incluindo agronegócio,
eletromobilidade e sistemas isolados. “Cada vez mais, a eficiência e a
importância dos sistemas de armazenamento de energia se destacam para a tão
necessária transição energética. A Moura ciente dessa necessidade, traz essa
solução como uma nova alternativa competitiva”, argumenta Moreira.
Investimento em
Pesquisa & Desenvolvimento
O Grupo Moura investiu R$ 30 milhões nos últimos
5 anos no desenvolvimento, pesquisa e produtos na área de armazenamento de
energia para encontrar soluções nesta área, que terá uma demanda grande no
futuro. Um dos maiores desafios do tempo atual é armazenar grandes quantidades
de energia de uma forma barata e gerando menos resíduos.
Só como exemplo do mercado que pode surgir, a Agência Nacional de
Energia (Aneel) já cogita exigir um sistema de abastecimento dos
empreendimentos que têm como fonte a geração solar fotovoltaica ou a eólica.
O Enertank também é sustentável, porque os materiais usados no
equipamento vão ser 100% reciclados pela própria empresa, que já faz isso com
as baterias automotivas que fabrica. “Cada quilo de chumbo que usamos,
reciclamos a mesma quantidade, que é transformado em outra bateria. É um ciclo
100% fechado”, diz Moreira.
O Grupo Moura tem 66 anos, fabrica vários tipos de baterias,
incluindo as automotivas usadas nos cinco continentes e tem sua principal
fabrica em Belo Jardim. Emprega mais de 6.500 colaboradores e tem um time de
mais de 60 engenheiros.
Por Movimento Econômico
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