Subiu para três o número de pessoas encontradas mortas
após desabamento de um prédio no bairro do Janga, Paulista, no Grande Recife,
nesta sexta-feira (7). Pela manhã, o Corpo de Bombeiros encontrou um homem de
45 anos. À tarde, os corpos de uma mulher e de uma adolescente também foram
achados sob os escombros.
O desabamento aconteceu em um dos blocos do Conjunto
Beira-Mar. Equipes do Corpo de Bombeiros Militar, Defesa Civil, Samu e Polícia
Militar seguem no local realizando os procedimentos de resgate.
O Corpo de Bombeiros, que conta com 87 profissionais
trabalhando no local, estima que 20 vítimas ficaram sob os escombros. Dez
continuam desaparecidas: quatro adultos e seis crianças e adolescentes.
Uma idosa de 65 anos e um jovem de 18 foram encaminhados
com ferimentos para o Hospital Miguel Arraes, em Paulista. Uma adolescente de
15 anos foi levada para o Hospital da Restauração. Esta última passou por
exames e o estado de saúde é considerado estável.
O Hospital Miguel Arraes disse ainda que outros quatro
pacientes também passam por atendimento. Eles tiveram ferimentos leves, como
escoriações e cortes, e devem ter alta ainda hoje.
O prédio tem três andares, além do térreo, cada um com
quatro apartamentos. Vizinhos relataram que cerca de 16 pessoas estariam
vivendo no imóvel condenado há mais de uma década.
Mateus Silva disse que tinha saído do prédio minutos
antes do desabamento. Por pouco, não entrou para a lista de vítimas. “Dez
minutos depois que eu sai, o prédio caiu. Foi poeira, gente gritando, gente
pedindo socorro. Fui o primeiro a filmar o que aconteceu”, contou.
“Conheço metade das pessoas que estão aqui (nos
escombros). Tenho primos, amigos. Toda vez que a gente vinha aqui, a gente
dizia para eles saíram do prédio, mas as pessoas não têm para onde ir. É muito difícil”,
completou.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o cenário
de destruição e os gritos de desespero de testemunhas.
“Temos duas frentes de trabalho. Cães indicaram onde
estão possíveis vítimas. Agora, estamos, com ajuda de voluntários e da Defesa
Civil, tentando fazer os resgates. Os prédios aqui, como um todo, estão
condenados. Não era para as pessoas estarem morando aqui, habitando esse
prédio”, disse o coronel Robson Roberto, do Corpo de Bombeiros.
A dificuldade nas buscas é ainda maior por causa da forte
chuva, que pode, inclusive, ter contribuído para o desabamento do prédio.
A dona de casa Dilma Soares, que tem amigos que moram no
prédio que desabou, correu para o local assim que soube da tragédia.
“Não sei como estão minhas amigas. Inclusive uma delas é
mãe de duas crianças, que vivem aqui”, contou. “Eles sabiam que estava
interditado, mas não têm para onde ir. A gente não pode julgar.”
(Com informações do JC)
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