Não acabou bem o dia ontem em Brasília, marcado pelo ato
da diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Enfurecidos com a
prisão do líder indígena José Acácio Serere, bolsonaristas radicais atearam
fogo em ônibus e carros de passeios, cercaram o hotel onde o petista está
hospedado e desafiaram a polícia, numa guerra contra o Comando de Operações
Táticas da Polícia Federal e a Tropa de Choque da Polícia Militar.
A ordem de prisão do indígena, líder de um grupo
bolsonarista, foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, a pedido
da Procuradoria-Geral da República (PGR), por indícios de crimes e
manifestações antidemocráticas em vários pontos da capital federal, insufladas
pelo Xavante. Os atos de vandalismo ocorreram na frente do Congresso, no
Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em shoppings, na Esplanada dos
Ministérios e no hotel onde Lula e Alckmin estão hospedados.
Em uma rede social, o Supremo afirmou que, para a PGR,
Serere Xavante se utiliza da posição de cacique para arregimentar aliados com o
objetivo de cometer crimes, “mediante ameaça de agressão e perseguição do
presidente eleito e de ministros do STF”. Nas redes sociais, o Supremo afirmou,
ainda, que a prisão se fundamentou “na necessidade de garantia da ordem pública,
diante da suposta prática dos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta
do Estado democrático de direito”.
O conflito – A confusão começou após a PF prender Serere Xavante. Revoltados, grupos começaram a incendiar veículos em vias na região central de Brasília, além de, vestidos de verde e amarelo, tentar invadir a sede da corporação no Setor Hoteleiro Norte. Pelo menos dois ônibus – um deles no Eixo Monumental, a principal via pública da capital federal – e vários carros foram incendiados pelos manifestantes. Clientes e funcionários de estabelecimentos comerciais ficaram sitiados, enquanto a polícia dispersava os apoiadores do líder indígena com bomba de efeito moral e spray pimenta.
Fonte: Blog do Magno
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