Mãe da menina Beatriz, que foi assassinada em 2015, com
42 facadas, dentro de um colégio particular de Petrolina, no Sertão do estado,
Lucinha Mota se pronunciou, na noite desta terça-feira, sobre a identificação
do suposto autor do crime, anunciada pela Polícia Civil. “Fomos pegos de
surpresa. Falei com o chefe da Polícia Civil, que confirmou a notícia. Passei
mal, mas já estou bem”, informou, durante uma live.
Lucinha disse que ela e o marido Sandro vinham
verificando cerca de 15 denúncias feitas por pessoas de todo o país que se
comunicam com o casal, mas que Marcelo da Silva, 40 anos, apontado pela polícia
como assassino da garota e já está preso por outros delitos, não estava entre
os cogitados. “Não sabíamos de nada. Peço a Deus que seja ele, que se confirme,
que esse assassino seja tirado da sociedade, que seja preso e condenado”,
enfatizou.
A mãe de Beatriz chamou de “desumana” a divulgação da identificação do autor pela polícia, sem antes avisar o casal, e disse que ela e o esposo vão comparecer à coletiva de imprensa marcada para as 9h desta quarta-feira, na sede da Secretaria de Defesa Social, no Recife, para tentar esclarecer alguns pontos da investigação.
“Se foi feito exame de DNA e deu positivo, tem outros
elementos que precisam ser confirmados, sobretudo a motivação. Não venha a
polícia me dizer que ele é um doido que estava passando na rua e entrou no
colégio. Não venham com esse argumento porque comigo não cola. Ninguém entra
naquele colégio sem ser conduzido por alguém”, opinou.
“A confissão e o resultado do DNA para mim não são
suficientes”, reforçou.
Mais cedo, a SDS anunciou que, por meio do trabalho
conjunto das forças estaduais de segurança pública, chegou ao autor do
assassinato. “Por determinação do governador Paulo Câmara, a Força Tarefa –
criada em 2019 para investigar o caso foi mantida mobilizada até a elucidação
deste crime”, informou a SDS em comunicado.
A equipe revisitou todo o inquérito e realizou novas
diligências. A identificação do suspeito se deu por meio de análises do banco
de perfis genéticos do Instituto de Genética Forense Eduardo Campos, realizadas
no dia de hoje (terça-feira), que identificou o DNA recolhido na faca utilizada
no crime. Em confrontação de perfis genéticos do banco, chegou-se ao DNA do
suspeito, Marcelo da Silva, 40 anos, que se encontra preso por outros delitos
em uma unidade prisional do Estado. Ao ser ouvido pelos delegados da Força
Tarefa, confessou o assassinato e foi indiciado.
A garota foi morta em 10 de dezembro de 2015, enquanto
acontecia a festa de formatura da irmã mais velha no colégio. No dia 28 de
dezembro do ano passado, após mais de 700 km de caminhada entre Petrolina e o
Recife para pedir Justiça, os pais foram recebidos pelo governador Paulo
Câmara.
Na ocasião, Câmara se mostrou favorável à federalização da investigação do caso, que era o principal pleito da família. Ele também anunciou a demissão de um perito criminal que atuou na investigação, mas prestou serviços particulares de consultoria ao colégio, o que é proibido por lei. O inquérito, que já passou por oito delegados, tem 24 volumes, 442 depoimentos, sete tipos diferentes de perícias, 900 horas de imagens e 15 mil chamadas telefônicas analisadas. O material foi remetido ao Ministério Público de Pernambuco em 13 de dezembro de 2021. Os autos já haviam sido enviados em 2019 ao MPPE, que requisitou novas diligências. (Com informações do Diário de Pernambuco)
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