O Papa Francisco destacou a educação como um dos pilares
essenciais que permitirão à humanidade emergir da crise causada pela pandemia
de coronavírus e indicou que educar “é buscar o sentido das coisas. É ensinar a
buscar o sentido das coisas”.
Em uma mensagem de vídeo que enviou nesta sexta-feira, 5
de junho, aos participantes do encontro virtual organizado pela Fundação
Scholas Occurrentes por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente, o Santo Padre
recorreu às três figuras que, para ele, representam as características que a
educação deve ter: o personagem do louco do filme de 'La strada' de Fellini, a
pintura 'A vocação de Mateus' de Caravaggio e o protagonista do romance de
Dostoiévski 'O Idiota'.
Esses personagens representam, de acordo com a reflexão
do Papa, "o sentido, o chamado e a beleza".
As três histórias desses três personagens “são a história
de uma crise. E nas três, a responsabilidade humana está em jogo. Crise
significa ruptura, corte, abertura, perigo, mas também oportunidade”.
Por isso, convidou a aproveitar as crises para que a
humanidade avance: “Pobre humanidade sem crise! Toda perfeita, toda arrumada,
toda engomada. Pobre! Uma humanidade assim seria uma humanidade doente, muito
doente. Graças a Deus que isso não acontece. Seria uma humanidade adormecida”.
Por outro lado, “assim como a crise nos anima
chamando-nos ao aberto, o perigo se apresenta quando não nos ensina a nos
relacionar com essa abertura. Portanto, as crises, se não forem bem
acompanhadas, são perigosas, porque é possível se desorientar".
Na crise, “o medo nos invade, nos fechamos como
indivíduos, ou começamos a repetir o que muito pouco serve, esvaziando-nos de
sentido, escondendo o próprio chamado, perdendo a beleza. Isso é o que acontece
quando alguém atravessa uma crise sozinho, sem reservas”.
Também enfatizou que “a educação ouve ou então não educa.
Se não se escuta, não se educa. A educação cria cultura ou não educa. A
educação nos ensina a celebrar ou não educa. Alguém pode me dizer: Mas como,
educar não é saber as coisas?' Não. ‘Isso é saber’. Mas educar é ouvir, criar
cultura, celebrar”.
O Papa exortou a nunca esquecer as palavras “gratidão,
sentido e beleza. Elas podem parecer inúteis, sobretudo hoje. Quem cria
uma empresa procurando gratidão, sentido e beleza? Não produz, não produz. No
entanto, dessas coisas que parecem inúteis dependem toda a humanidade, o
futuro”.
Finalmente, encorajou a continuar "semeando e
colhendo, com o sorriso, com o risco, mas todos juntos e sempre de mãos dadas
para superar qualquer crise". Fonte: ACI Digital
0 Comentários