De acordo com o diretor-executivo do órgão, o pico do
contágio ainda não chegou, "e no momento não é possível prever quando
chegará
O pior da pandemia ainda não chegou para o Brasil,
afirmou nesta segunda (1ª) o diretor-executivo da OMS (Organização Mundial da
Saúde), Michael Ryan. Segundo ele, o Brasil -entre outros países da América
Central e do Sul- está entre os que têm registrado os maiores aumentos diários
de casos da doença, com transmissão ainda fora de controle.
"Claramente a situação em alguns países
sul-americanos está longe da estabilidade. Houve um crescimento rápido dos
casos e os sistemas de saúde estão sob pressão", disse Ryan.
Segundo ele, o pico do contágio ainda não chegou, "e
no momento não é possível prever quando chegará". Até domingo (31), o
Brasil tinha 514.849 casos confirmados de coronavírus e 29.314 mortes, com 480
novos mortos nas 24 horas anteriores. É o segundo país com maior número de
casos no mundo, depois dos EUA, e o quarto em número de mortes, atrás de EUA,
Reino Unido e Itália.
Em relação à população, o Brasil era no domingo o 13º no
mundo, com 13,8 mortes por 100 mil habitantes. Nos cálculos semanais feitos
pelo Imperial College de Londres, a taxa de contágio brasileira está há pelo
menos cinco semanas acima de 1 -o que significa que a transmissão está se
acelerando.
O diretor-executivo da OMS afirmou que a densidade urbana
e o grande número de pessoas mais pobres na cidade são fatores que dificultam o
risco da doença, mas que políticas públicas implantadas no sul da Ásia e na
África conseguiram estabilizar a gravidade da doença, enquanto no Brasil e em
outros países latino-americanos ela ainda cresce com velocidade progressiva e
ameaça os sistemas de saúde.
Segundo ele, nas Américas, "houve respostas
diferentes entre os países, e há bons exemplos de governos que adotaram
abordagens científicas, enquanto em outros países vemos uma ausência ou uma
fraqueza nisso".
"O que precisamos agora é mostrar nossa
solidariedade e trabalhar com esses países para que eles consigam controlar a
epidemia", disse Ryan. Os especialistas da OMS voltaram a dizer que
decisões de desconfinamento devem ser acompanhadas de um sistema para testar
casos suspeitos, rastrear contatos, tratar doentes e isolar os que possam ter o
coronavírus para impedir que contagiem outras pessoas. Fonte: Folha PE
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