Os Estados Unidos alcançaram a marca sombria de 100 mil
pessoas mortas pelo novo coronavírus nesta quarta-feira, de acordo com o jornal
The New York Times. O número foi atingido em um período de cerca de três
meses, o que representa uma média de mais de 1.100 mortes por dia.
Ele representa mais que o dobro do previsto em
meados de
abril por Donald Trump, que disse na época que a doença deixaria cerca
de 50 mil mortos no seu país. No início de maio, no entanto, Trump, que de
início minimizou a gravidade da Covid-19, admitiu que o saldo de mortes poderia
chegar a 100 mil — o que representa 30% das mais de 353 mil vítimas fatais
provocadas pelo novo coronavírus no mundo inteiro.
Os EUA, maior economia e maior potência militar global,
são o país com o maior número de casos confirmados da Covid-19, com quase 1,7
milhão de registros da doença. Em termos de mortes por milhão de habitantes, o
país está em nono lugar.
O número de 100 mil se aproxima do total de mortos em
quatro grandes conflitos travados pelos americanos desde o fim da Segunda
Guerra Mundial: a Guerra do Vietnã, a Guerra da Coreia, a Guerra do Iraque e a
Guerra do Afeganistão. Nos quatro, foram 101.667 mortes.
O New York Times marcou o dado sombrio dedicando toda a
primeira página de seu domingo a uma longa lista de 10 mil nomes de vítimas
fatais da pandemia nos EUA. A pedido da Casa Branca, as bandeiras em prédios
federais e monumentos nacionais foram colocadas a meio mastro no domingo.
Ainda assim, o presidente continua a pressionar pela
retomada das atividades sociais e econômicas e declarou igrejas como serviços
essenciais. Por se tratarem de espaços fechados com grandes aglomerações,
especialistas consideram os templos espaços de alto risco de propagação do novo
coronavírus.
As mortes nos Estados Unidos têm diminuído na média da
última semana, mais de dois meses depois de muitos dos 50 estados decretarem
medidas de isolamento social. A evolução da pandemia nos Estados Unidos
foi marcada por conflitos entre o presidente e governadores, a maior parte
deles democratas, que impuseram quarentenas para tentar frear a expansão da
doença.
Trump também enfrentou cientistas do próprio governo
ao propagandear
a cloroquina como tratamento para a Covid-19, quando pesquisas
científicas já demonstraram que, além de ineficaz, o medicamento usado contra a
malária pode ter graves efeitos colaterais. Fonte: G1
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