Os estados americanos de Dakota do Sul e Iowa decidiram
convocar dias de oração coletiva nesta Semana Santa contra a covid-19 como
forma de ajudar a superar a doença.
A governadora de Dakota do Sul, Kristi Noem, justificou
sua decisão de resistir à tendência nacional de ordenar o confinamento geral,
garantindo que “as pessoas devem ser as principais responsáveis por sua
segurança”.
Noem, de 48 anos e descendente de uma família de
agricultores, considera as restrições “medidas draconianas semelhantes às
adotadas pelo governo chinês” e proclamou oficialmente a quarta-feira (8) como
um “dia de oração pelo fim desta pandemia”.
Em Iowa, orações
coletivas foram realizadas na quinta-feira (9), lideradas pelo
governador Kim Reynolds.
“Ao longo de nossa história, o povo de Iowa encontrou
paz, força e união através da oração a Deus, humildemente pedindo força em
tempos de angústia”, escreveu o governador em sua proclamação oficial.
Na semana passada, as autoridades médicas do estado
solicitaram por unanimidade ordens de contenção semelhantes às vigentes para
95% da população dos EUA.
Mas Reynolds considerou que essas medidas não eram
necessárias em áreas onde o coronavírus não atingiu tão forte, embora tenha
ordenado o fechamento de escolas, alguns negócios não essenciais e locais
públicos, além de proibir reuniões de mais de 10 pessoas.
Há pessoas portadoras do vírus que não sabem porque não
apresentam sintomas.
“Não se trata tanto do que o governo diz, mas mais do que
as pessoas fazem”, disse Doug Burgum, governador da Dakota do Norte, outro
estado que reluta em tomar medidas de contenção total, junto com Nebraska.
Mais ao sul, no Arkansas, o governador Asa Hutchinson
disse que fatores locais, como a baixa densidade populacional da área, tornam
desnecessária a contenção geral.
E ele criticou as ordens de autoridades locais, como do
prefeito da capital do estado, Little Rock, que impôs restrições de viagem.
A vizinha Louisiana implementou medidas de confinamento,
mas alguns resistem aparando-se nas liberdades
religiosas garantidas pela Constituição.
Cultos presenciais
Centenas de fiéis da igreja Tabernáculo da Vida
desafiaram a proibição na cidade de Central e assistiram ao culto do último
domingo.
“Eles preferem ir à igreja e adorar como pessoas livres
do que viver como prisioneiros em suas casas por 22 dias”, disse o pastor Tony
Spell, detido por violar o confinamento. No entanto, ele disse que não tem
intenção de interromper sua pregação.
“O vírus se alimenta do medo. Não tenho medo, tenho fé”,
disse um adorador da igreja ao Washington Post.
No nordeste de Ohio, os locais de culto foram isentos da
proibição de reuniões de massa, apesar da relutância do governador.
“Estou coberta do sangue de Jesus”, disse uma fiel da
igreja Solid Rock, em Monroe, quando perguntada por que não tinha medo de
contrair ou espalhar a infecção enquanto participava de um culto. Fonte: Guiame
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