O infectologista Anthony
Fauci, um dos mais respeitados do mundo, declarou neste domingo (29) em um
programa da rede de televisão americana CNN que calcula que haverá entre 100 e
200 mil mortes por Covid-19 nos Estados Unidos. Fauci faz parte da força-tarefa
montada por Donald Trump para tentar conter a doença.
"Eu diria entre 100 mil
e 200 mil casos", disse Fauci, que em seguida se corrigiu para dizer que
se referia ao número de mortes. "Teremos milhões de casos", disse,
acrescentando que não queria ficar preso aos números porque a pandemia é um
"alvo em movimento".
SEGUE LÁ
Até as 13h20 deste domingo
(29), os EUA haviam registrado mais de 125 mil casos de Covid-19 no mundo, o
maior número de infecções, e 2.197 mortes, segundo monitoramento da
Universidade Johns Hopkins. Nova York, o estado mais atingido, tem mais de 53 mil
casos e pode ficar sem equipamentos médicos. No sábado (28), Trump chegou a
considerar uma possível quarentena para o estado, mas, depois, desistiu da
medida.
Últimas notícias de
coronavírus de 29 de março
No dia 16 de março, o
governo Trump anunciou orientações, para cerca de metade do país, para frear a
disseminação do vírus, incluindo o fechamento de escolas. O presidente também
pediu às pessoas que evitassem grupos de mais de 10 pessoas, viagens, bares,
restaurantes e praças de alimentação.
A cada 3 pessoas nos EUA,
uma está vivendo sob ordens de governos estaduais ou municipais para que fique
em casa, diz a Associated Press. EUA têm mais de 100 mil
casos de coronavírus, e Trump pede que as pessoas fiquem em casa
Agora, o governo americano
considera se vai ou não afrouxar as regras de distanciamento social em áreas
que não foram tão atingidas pelo novo coronavírus. Trump chegou a falar em
encerrar o distanciamento social até a Páscoa, no dia 12 de abril, mas, nos últimos
dias, profissionais de saúde têm alertado que o prazo é curto demais para as
áreas urbanas do país, bastante afetadas, diz a agência Associated Press.
Segundo o jornal americano
"The New York Times", 19 dos 50 estados do país têm pelo menos 1.000
casos de Covid-19. Mas mesmo os estados com
poucos casos até agora têm que se preparar, alertou a chefe da força-tarefa da
Casa Branca para conter o vírus, Deborah Birx.
"Nenhum estado, nenhuma
região metropolitana será poupada", disse Birx em entrevista à NBC.
Na Louisiana, no sudeste do
país, o governador alertou que "continuamos numa trajetória para
sobrecarregar a nossa capacidade de fornecer cuidados médicos". O estado é
um dos que têm mais casos da doença - eram 3.315 até a última atualização do
"The New York Times").
"No fim da primeira
semana de abril, acreditamos que o verdadeiro problema serão os ventiladores
[mecânicos]. E achamos que, no dia 4 ou 5 de abril ou antes, não conseguiremos
colocar pessoas em ventiladores em Nova Orleans", disse o governador, John
Bel Edwards. "E aí, alguns dias depois, não teremos mais camas". Edwards disse que as
autoridades do estado têm pedidos para mais de 12 mil ventiladores, mas, até
agora, só foram recebidos 192.
'Negação' no início foi
'mortal', diz líder da Câmara.
A líder da Câmara dos
Representantes, Nancy Pelosi, afirmou que a "negação" inicial de
Trump em relação à Covid-19 foi "mortal". Ela disse, ainda, que o
presidente não deveria remover as medidas de distanciamento social tão rápido.
"Deveríamos estar
tomando todas as precauções. O presidente, a negação dele no começo foi
mortal", disse Pelosi à rede de televisão americana CNN neste domingo
(29).
No início dos casos nos EUA,
Trump minimizou a extensão que a crise teria repetidas vezes. Quando
questionada sobre isso, Pelosi disse acreditar que isso custou vidas
americanas. "Agora, eu acho que a melhor coisa seria evitar mais perdas de
vidas em vez de abrir as coisas, porque nós simplesmente não sabemos",
declarou.
G1
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