A Federação de Futebol da Arábia Saudita (SAFF) anunciou
nesta semana que irá criar uma liga feminina no país. As partidas serão
disputadas em três cidades do país: Riad, Jeddah e Dammam. A medida foi
sacramentada apenas dois anos depois de o país passar a permitir que mulheres
frequentassem as arquibancadas dos estádios locais.
Conservadora e religiosa, a Arábia Saudita mantém uma
política restrita às mulheres, com a obrigação de terem permissão de um homem
da família para trabalhar, estudar, se casar e até passar por tratamentos
médicos. Apesar disso, o país tem adotado medidas de abertura nos últimos anos,
como permitir que mulheres dirijam ou assistam a jogos de futebol nos estádios.
"O lançamento da liga reforça a participação das
mulheres no esporte e vai gerar um reconhecimento crescente das conquistas
femininas no esporte", disse a federação em um comunicado.
A criação da liga teve apoio do príncipe Mohammed Bin
Salman, um dos maiores incentivadores do esporte local. A competição terá
primeiramente uma etapa regional, com as equipes vencedoras reunidas
posteriormente para decidir quem é o campeão nacional.
O campeonato será organizado pelo governo, que vai
destinar cerca de R$ 570 mil para premiações. O objetivo dos criadores é
fomentar a criação de uma seleção feminina local capaz de disputar as próximas
edições do Mundial. Os jogos do novo campeonato devem começar já no mês de
março.
Em outras modalidades esportivas, a Arábia Saudita
propiciou aberturas para as mulheres há pouco tempo. A primeira representante
do país a competir em uma Olimpíada foi a judoca Wodjan Shaherkani, que
participou dos Jogos de Londres, em 2012. No automobilismo, a piloto Reema
Juffali iniciou a carreira em 2019, um ano depois de as mulheres serem
liberadas para tirar a carteira de motorista no país. Fonte: Diário de Pernambuco
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