O armazenamento inadequado de água é um dos principais
fatores de risco para a proliferação do Aedes aegypti
São Bento do Una atinge em 2019 uma marca que preocupa os
agentes de saúde locais. Pelo sétimo ano consecutivo, a cidade do Agreste de
Pernambuco está em situação de risco para a infestação do mosquito transmissor
da dengue, zika e chikungunya.
Essa classificação do Ministério da Saúde utiliza o
Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), metodologia que permite
o conhecimento de forma rápida, por amostragem, da quantidade de imóveis com a
presença de recipientes com larvas do mosquito.
No fim de 2015, Lucemilia Souza de Macedo, de 52 anos,
coordenadora do Espaço Conviver, foi picada e contraiu chikungunya. Moradora do
Loteamento João Paulo II, Lucemilia afirma que sentiu de maneira intensa os
sintomas, que sente até hoje, mesmo após o tratamento.
“Hoje, após quase quatro anos que adquiri a chikungunya,
nunca me senti curada, pois vez ou outra as dores nos ossos voltam. Fico com
dificuldade de andar. O que mais me incomodam são as dores nos pés e nos
joelhos.”
A locutora Cassiana Cordeiro de Torres, de 30 anos, foi
outra vítima do mosquito na cidade. A moradora do Loteamento Santo Afonso
também teve chikungunya e conta que ficou apavorada com os sintomas da doença,
a ponto de achar que iria morrer.
Ao saber do terror que é sofrer com a infecção, ela diz
que hoje em dia tenta conscientizar as outras pessoas sobre os riscos de não
combater o Aedes aegypti.
"Sempre que eu tenho a oportunidade, eu sempre estou
conversando com as pessoas que eu posso, com os vizinhos para sensibilizar.
Porque as pessoas passam pelo problema, passam pela doença e com o tempo
esquecem que ela nasce no nosso quintal e que a gente pode evitar."
Para a gerente de Vigilância das Arboviroses da
Secretaria de Saúde de Pernambuco, Claudenice Pontes, o principal fator que
contribui para esses números é o armazenamento inadequado, principalmente em
municípios do Nordeste em que os moradores estocam água dentro de casa por
conta da seca. Ela ressalta que é preciso redobrar alguns cuidados para evitar
focos do mosquito.
“Precisamos sempre olhar nossos quintais, jardins e até
os locais onde armazenamos água, para sabermos se a água está corretamente
armazenada, de forma que não permita desenvolver o mosquito. Precisamos
verificar se não tem nenhum depósito que vire um criadouro do mosquito quando
vier a época de chuva. Aqui, quando chove, geralmente em seguida vem o sol,
criando uma situação muito favorável para a proliferação do mosquito. Devemos
estar atentos a esses possíveis depósitos e eliminá-los.”
E você? Já combateu o mosquito hoje? A mudança começa por
você. Aqui vão algumas recomendações do Ministério da Saúde para a limpeza dos
reservatórios de água. É importante mantê-los sempre tampados. A limpeza deve
ser periódica, com água, bucha e sabão. Ao acabar a água do reservatório, é
necessário fazer uma nova lavagem nos recipientes e guardá-los de cabeça para
baixo. Segundo o ministério, esse cuidado é essencial porque os ovos do
mosquito podem viver mais de um ano no ambiente seco.
Dengue, chikungunya e zika podem matar. Caso queira
denunciar focos do mosquito, procure a prefeitura da sua cidade. Para mais
informações, acesse: saude.gov.br/combateaedes. Fonte: Agência do rádio mais
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