Diversas lideranças de centro-esquerda da Argentina
divulgaram nessa segunda-feira um manifesto em defesa da libertação do
ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na
Operação Lava-Jato há 500 dias. Entre os signatários estão a ex-presidente
argentina Cristina Kirchner e o candidato à presidência Alberto Fernández.
Fazem parte do abaixo-assinado também a líder das Avós da
Praça de Maio Estela de Carlotto, o ex-ministro da Fazenda de Cristina Axel Kiciloff
e o ex-candidato à presidência Sergio Massa, entre outros senadores, deputados,
sindicalistas, professores, jornalistas e artistas.
Durante a campanha para as primárias, que venceu com uma
vantagem de 15 pontos para o presidente Mauricio Macri e o cacifou para
eleger-se nas eleições de outubro, Fernández visitou Lula na prisão em Curitiba
e defendeu sua libertação.
Críticas de Bolsonaro
A proximidade de Fernández com Lula provocou críticas do
presidente da República, Jair Bolsonaro, que desde as prévias tem associado o
presidente argentino com outras lideranças de esquerda do Brasil e da América
Latina, como Lula, a ex-presidente Dilma Rousseff, os venezuelanos Nicolás
Maduro e Hugo Chávez e o ex-líder cubano Fidel Castro.
"Olha o que está acontecendo com a Argentina agora.
A Argentina está mergulhando no caos. A Argentina começa a trilhar o rumo da
Venezuela, porque, nas primárias, bandidos de esquerda começaram a voltar ao
poder", disse o presidente em Parnaíba, no Piauí, onde participava de
cerimônia alusiva a um projeto de irrigação.
Bolsonaro defende a reeleição de Mauricio Macri, apesar
de, segundo analistas, o apoio ao presidente argentino não ser bem visto no
país vizinho em consequência das declarações favoráveis à ditadura militar
feitas pelo presidente brasileiro.
A Argentina viveu entre 1978 e 1983 uma das ditaduras
mais violentas do continente, com mais de 30 mil mortos e desaparecidos.
Resposta a Bolsonaro
Fernández respondeu ao presidente brasileiro na semana
passada. "Com o Brasil, teremos uma relação esplêndida. O Brasil sempre
será nosso principal sócio. Bolsonaro é uma conjuntura na vida do Brasil, como
Macri é uma conjuntura na vida da Argentina", disse Fernández em uma
entrevista ao programa "Corea del Centro", da emissora Net TV.
"Agora, em termos políticos, eu não tenho nada a ver
com Bolsonaro. Comemoro enormemente que fale mal de mim. É um racista, um
misógino, um violento... O que eu pediria ao presidente Bolsonaro é que deixe
Lula livre e pediria que se submeta a eleições com Lula em liberdade", acrescentou.
Fonte: Diário de Pernambuco
0 Comentários