O automóvel conversível
Rolls-Royce que transportou o presidente Jair Bolsonaro e a primeira-dama
Michelle Bolsonaro na cerimônia de posse neste 1º de janeiro tem 66 anos e
acompanha os chefes-de-Estado brasileiros desde a década de 1950.
De modelo Silver Wraith, o
Rolls-Royce foi fabricado em 1952, na Inglaterra, e transportado por navio de
Londres para o Rio de Janeiro, então capital brasileira, no ano seguinte. Desde
então, pertence à Presidência da República e já conduziu todos os presidentes
do Brasil, em diferentes ocasiões.
Foi usado pela primeira vez
durante o segundo governo de Getúlio Vargas, em 1953, durante as comemorações
do Dia do Trabalho, em 1º de maio, em Volta Redonda (RJ).
A partir de então, passou a
ser tradicionalmente usado nas cerimônias de posse presidencial. A primeira vez
que isso ocorreu foi com Juscelino Kubitschek, em 1956, ainda no Rio de
Janeiro. Outros presidentes transportados pelo automóvel foram Fernando
Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Além disso, o
Rolls-Royce frequentemente conduz o presidente no desfile de 7 de setembro.
Há uma lenda de que o
automóvel havia sido um presente da rainha Elizabeth 2ª, da Inglaterra, para o
governo brasileiro. Porém, o escritor e historiador Lira Neto afirma na
trilogia Getúlio que o Rolls-Royce foi encomendado pelo próprio Palácio do
Planalto.
O veículo também já conduziu
presidentes e personalidades estrangeiros como a rainha Elizabeth 2ª, o
ex-presidente francês Charles De Gaulle, e o astronauta russo Iuri Gagarin.
O uso do Rolls-Royce na
posse de Bolsonaro era dúvida até momentos antes do desfile. No círculo próximo
do presidente, havia quem temesse que o carro aberto oferecesse riscos a sua
segurança. "Por mim, [Bolsonaro] seria [transportado pela Esplanada] no
papamóvel, entendeu?", disse o ministro da Secretaria-Geral, Gustavo
Bebianno, entrevista ao G1 em 10 de dezembro.
Quase setentão, o
Rolls-Royce passa por manutenção regular, de uma a duas vezes por ano. Além
disso, uma vez por semana, sai da garagem da Presidência e é dirigido por 20
minutos. No seu tempo de serviço, já rodou cerca de 30 mil quilômetros. Pode
ser usado no modelo conversível ou fechado, transportando até 7 pessoas.
A placa é verde e amarela
com os dizeres "Presidente da República". A exceção foi durante os
governos de Dilma Rousseff, quando a placa foi substituída por "Presidenta
da República".