Quando o escrivão tentou digitar as palavras do médium, o
teclado do computador travou em uma letra específica e essa ficou sendo
registrada na tela continuamente durante alguns segundos
Responsáveis por colher o depoimento do médium João
Teixeira de Faria, o João de Deus, no último domingo (16) policiais de Goiás
relataram problemas que foram desde uma falha "bizarra" no computador
até um "curto-circuito" que queimou o frigobar do local.
Os contratempos começaram na hora de registrar a versão
de João de Deus sobre os fatos dos quais é acusado. Quando o escrivão tentou
digitar as palavras do médium, o teclado do computador travou em uma letra
específica e essa ficou sendo registrada na tela continuamente durante alguns
segundos.
O outro fato que gerou desconforto na equipe foi um
curto-circuito. Os policiais haviam ligado um frigobar e o ar-condicionado na
mesma extensão, o que gerou uma pequena explosão e queimou o frigobar da
Delegacia Estadual de Investigação Criminal (DEIC), local onde o depoimento de
João de Deus foi colhido.
Houve até quem colocasse no mesmo pacote o atropelamento
de um escrivão da Polícia Civil de Goiás, horas antes do interrogatório. Isso
porque o policial se dirigia ao DEIC no momento do acidente para participar das
atividades relacionadas à prisão de João de Deus.
"Não foi nada que interferisse no trabalho, mas teve
sim (problemas). Ele (João de Deus) se manteve em silêncio. Mas teve um
curto-circuito na sala do interrogatório e o computador teve uma falha que
começou a imprimir uma letra sem parar", explicou o delegado-geral da
Polícia Civil de Goiás, André Fernandes. "E um escrivão que, ao se deslocar
para o trabalho, quebrou o braço", acrescentou.
A delegada Karla Fernandes, coordenadora da força-tarefa
que investiga o médium, disse acreditar que o religioso tenha, de fato,
"poder mediúnico", mas avaliou que ele "se desviou" ao
longo de sua trajetória em Abadiânia (GO).
João de Deus está, neste momento, no Complexo
Penitenciário de Aparecida de Goiânia, a 20 quilômetros da capital. Ele divide
a cela com três advogados desde a noite de domingo, 16, quando chegou à cadeia
após prestar depoimento e fazer exame de corpo de delito em Goiânia.
Fonte: Diário de Pernambuco