A Copa do Mundo vai crescer.
Isso é fato. Na edição de 2026, organizada em conjunto por Estados Unidos,
México e Canadá, o número de seleções passará de 32 para 48. Mas o presidente
da Fifa, Gianni Infantino, tenta antecipar a mudança para o Mundial do Catar. A
ideia é que em 2022 mais 16 países participem. Só que a matemática não é
simples, por mais de uma razão.
Na atual programação, o
Catar terá oito estádios para 64 partidas. Se o número de seleções aumentar,
serão 80 jogos. Está aí o primeiro problema. Seria preciso mais espaço para
receber a competição. Os gramados não suportariam tantos jogos. Por exemplo: o
estádio Lusail, palco da abertura e da final, também deve receber pelo menos
mais sete partidas na configuração atual, num total de nove.
Significa que o Catar teria
de dividir a organização do Mundial com outras nações do Golfo Pérsico. Isso
num momento de conflito diplomático com os vizinhos. Em junho de 2017, Arábia
Saudita, Emirados Árabes, Bahrein e Egito se uniram contra o Catar. Implementaram
um boicote radical. O Catar foi acusado de estar do lado de terroristas, algo
que o governo negou.
O embargo econômico aumentou
os custos do Mundial e prejudicou a economia catari, mas não afetou
significativamente o ritmo das obras em estádios e na infraestrutura do país
pra sediar o evento.
- Quando começaram o
bloqueio, que consideramos ilegal, buscamos outras oportunidades. Foi difícil,
mas trocamos a nossa estratégia, encontramos alternativas e materiais com mais
qualidade. De certa maneira, tornou-se uma vantagem - disse o secretário geral
do Comitê Organizador da Copa do Mundo, Hassan Al Thawadi.
Em campanha para ser
reeleito presidente da Fifa em junho, Infantino defende que a expansão da Copa
possa amenizar a crise na região. Com interesses distintos, Fifa e comitê fazem
estudos de viabilidade paralelos e independentes. O país-sede adota um tom
diplomático, mas não curte a ideia de dividir o mundial.
- Não posso comentar até que
o estudo seja concluído. São muitas perguntas, muitas coisas que precisamos
saber, e esse estudo vai nos dar as respostas para tomar uma decisão - disse Al
Thawadi. Ele não quis dizer se os oito estádios programados para o Mundial
comportariam o aumento do número de partidas.
A decisão será tomada pelo
Conselho da Fifa nas reuniões de 14 e 15 de março, em Miami, nos Estados
Unidos. Se aprovada, será mais uma peculiaridade da primeira Copa no Oriente
Médio.
A Copa do Catar será entre
21 de novembro e 18 de dezembro de 2022, praticamente no início do inverno
europeu. Nessa época, os termômetros marcam no máximo trinta graus. Aumentar
para 48 participantes significaria também um número maior de dias, o que
prejudicaria ainda mais o calendário do futebol mundial, especialmente o
europeu. Por isso, membros da Uefa no Conselho da Fifa são contra à antecipação
do inchaço.
Fonte:G1