Daniela Lima - Painel - Folha de S.Paulo
Nos representa - A ascensão
de Jair Bolsonaro (PSL) na corrida eleitoral e a perspectiva de que
ele está perto da vitória minaram as resistências ao presidenciável na cúpula
das Forças Armadas. Se antes era comum fardados de alta patente afirmarem que o
deputado tinha mais tempo de Câmara do que de Exército, sendo, portanto, mais
político do que militar, hoje muitos o chamam em conversas privadas de “nosso
candidato”. Alguma desconfiança ainda perpassa a Aeronáutica, mas é só.
Políticos que acompanham o universo dos militares apontam
dois fatores determinantes: o fato de ser o PT
do outro lado do balcão –sigla pela qual as Forças não nutrem qualquer
simpatia– e a possibilidade cada vez mais palpável de ver dois quadros forjados
no Exército voltarem ao poder pelo voto.
Entre generais
da reserva o apoio é explícito. Os da ativa não tratam do assunto
publicamente. Repetem o discurso de que as Forças não têm preferência política
e nem candidato.