No início da tarde deste
sábado (04/08), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi aprovado por
militantes e dirigentes do PT como o candidato do partido ao Planalto.
Há quatro meses, Lula está
preso em Curitiba, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, mas tem
coordenado as principais movimentações da pré-campanha para abrir espaço a uma
candidatura competitiva de seu partido na disputa de outubro.
Durante a convenção nacional
do PT, em São Paulo, a presidente da sigla, Gleisi Hoffmann (PR), fez um
discurso inflamado, em que repetiu que vai registrar o petista no dia 15 de
agosto como uma afronta ao que chamou de "sistema podre". Segundo Gleisi,
não existe política no país hoje sem Lula ou sem o PT.
"É um momento
histórico. Esta é a ação mais confrontadora contra esse sistema podre",
disse Gleisi. "Eles não vão conseguir tirar Lula desse jogo. Não existe
política nesse país sem falar de Lula e sem falar de PT", completou.
Dirigentes do PT tentaram
fazer do evento deste sábado (4) uma aclamação a Lula, sem discutir, no
primeiro momento, divergências que rondam o partido desde sexta-feira (3),
principalmente quanto à definição de um nome para vice na chapa petista e à
candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco.
No entanto, ao longo de toda
a manhã, em meio a vídeos e máscaras com o rosto do ex-presidente, dirigentes
pressionavam a cúpula do partido, nos bastidores, a convocar uma reunião da
executiva até segunda-feira (6) para escolher um vice e evitar o confronto com
a Justiça Eleitoral.
De outro lado, militantes
gritavam o nome de Marília e iam contra a decisão da cúpula do PT de fazer um
acordo nacional com o PSB, neutralizando a sigla na disputa nacional —o PSB
estava perto de se aliar a Ciro Gomes (PDT)— em troca da retirada do nome de
Marília na corrida em Pernambuco. Ali, Paulo Câmara (PSB) seria beneficiado em
sua campanha à reeleição.
Cotado como plano B de Lula,
caso a candidatura do ex-presidente seja impugnada, o ex-prefeito Fernando
Haddad também discursou.
Afirmou que Lula
"derrotou todos os golpistas" e que hoje está seguro de que o PT se
encaminha para "o pentacampeonato eleitoral".
"Vamos ganhar a quinta
eleição consecutiva com Luiz Inácio Lula da Silva", afirmou Haddad.
O ex-prefeito disse ainda
que querem acabar com seu partido e com Lula, mas isso não vai acontecer,
afirma, enquanto houver desigualdade, preconceito e intolerância.
Catia Seabra e Marina Dias Fonte: Magno martins