Em visita a Eldorado dos
Carajás, no sudoeste do Pará, o pré-candidato ao Planalto pelo PSL, Jair
Bolsonaro, defendeu nesta sexta-feira, 13, os policiais presos pela morte de 19
trabalhadores rurais sem-terra ocorrido em abril de 1996 na região.
Bolsonaro foi até a Curva do
S, um trecho da BR-155, em Eldorado dos Carajás, onde os sem-terra foram
mortos, dez com tiros à queima-roupa, por policiais militares comandados pelo
coronel Mário Pantoja, condenado a 228 anos de prisão.
"Quem tinha que estar
preso era o pessoal do MST (Movimento dos Sem Terra), gente canalha e
vagabunda. Os policiais reagiram para não morrer", disse Bolsonaro, em
frente a troncos de castanheiras queimados que marcam o local exato do
massacre. Um grupo de policiais que acompanhava o discurso aplaudiu.
A passagem de Bolsonaro pelo
Pará é marcado pela crítica a luta da terra. Na noite anterior, em jantar para
uma plateia de produtores rurais e policiais, em Marabá, Bolsonaro disse que,
se eleito, vai tirar o Estado do "cangote" dos ruralistas,
"segurar" as multas ambientais e aumentar a repressão a movimentos do
campo.
"Não vai ter um canalha
de fiscal metendo a caneta em vocês", disse o pré-candidato.
"Direitos humanos é a pipoca, pô." O presidente da União Democrática
Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia, discursou antes do presidenciável.
"Bolsonaro, aqui o recado da classe produtora é direto: procuramos um
presidente que não nos atrapalhe e não nos persiga", disse. "Quando o
senhor se tornar presidente, vê o que fará com essa gente da Funai, do Ibama,
do Ministério Público, que não respeita a propriedade privada."
Índios
Ainda nesta sexta-feira,
Bolsonaro foi para a cidade vizinha de Parauapebas. Em frente a uma portaria do
Complexo de Carajás, uma maiores regiões mineradores do País, ele discursou ao
lado de uma família de índios da região. "Os índios e os afros são
brasileiros como nós", disse. "Eles não querem ser latifundiários,
mas cidadãos. Se quiserem arrendar suas terras, vão arrendar. Se quiserem vender,
vão poder vender."
Fonte: Correio Braziliense