Ex-número 1 do mundo
neutraliza poder de saque do grandalhão sul-africano, é campeão de um Grand
Slam após mais de dois anos e volta ao top 10
Nem parecia que Novak
Djokovic tinha ficado seis meses ausente no fim da última temporada e passou
por uma cirurgia no cotovelo ainda este ano. Neste domingo, na decisão de
Wimbledon, o sérvio lembrou aquele mesmo jogador que dominou o circuito do
tênis e foi número 1 do mundo. Com extrema autoridade, bateu Kevin Anderson (8º
do ranking) por 3 sets a 0, parciais de 6/2, 6/2, 7/6 (3), em 2h19, para
conquistar o seu quarto título na grama sagrada de Londres.
- Eu preciso acreditar em
mim mesmo. Sou muito agredecido à minha equipe, a todos que me deram apoio
nesses últimos anos. Eu tive a cirurgia, passei seis meses fora do circuito,
enfrentei uma lesão séria pela primeira vez na carreira. Eu não sabia o que
esperar, foram muitos momentos de dúvida se eu conseguiria voltar a ter o mesmo
nível para competir. Essa foi minha primeira semifinal de Grand Slam nos
últimos dois anos e não há lugar melhor no mundo para realizar um retorno. É um
lugar sagrado do tênis e sempre sonhei em segurar esse troféu, desde criança,
quando comecei a jogar tênis. É muito especial - afirmou Djokovic após o jogo.
Foram mais de dois anos
desde que Djokovic tinha chegado na sua última final de Grand Slam - em Roland
Garros, em 2016. De lá para cá, o sérvio teve uma queda de desempenho, sofreu
com lesões, mas parece estar pronto para brigar pelas primeiras posições do
ranking. Com o título desde domingo, ele agora soma 13 conquistas em Grand
Slams e se coloca apenas atrás Roger Federer (20), Rafael Nadal (17) e Pete
Sampras (14) entre os maiores vencedores de torneios deste nível.
A vitória ainda rende a
Djokovic uma volta ao top 10 da ATP a partir da próxima segunda-feira. Sem
pontos a defender até o fim da temporada, a tendência é que avance ainda mais
rumo ao topo nos próximos meses. Para Kevin Anderson, que chegou à sua segunda
final de Grand Slam - também disputou o US Open de 2017 - valeu a subida para o
5º lugar no ranking, a melhor posição de sua carreira aos 32 anos.
O jogo
Quem esperava um primeiro
set longo, com Kevin Anderson dando trabalho com seu poderoso saque, viu
Djokovic mudar o cenário no primeiro game. Com devoluções firmes e contando com
uma dupla falta do sul-africano, quebrou o saque e abriu rapidamente 2/0. O
sérvio manteve o ritmo forte, dando poucas chances para o rival e, desta forma,
conseguiu um novo break acelerando firme no fundo da quadra no quinto game.
Djokovic seguiu confirmando seus saques sem dar espaços e fechou em 6/2.
Sentindo os efeitos de um
total de quase 11h jogadas nos últimos dois jogos, Anderson já parecia exausto
ao fim do primeiro set e pediu atendimento do fisioterapeuta. Djokovic, firme,
devolveu bem demais no game inaugural mais uma vez e abriu com quebra. O
sul-africano sofria para conseguir confirmar seus serviços, enquanto o sérvio
seguia atuando solto, variando bem os golpes e balançando o rival. Com mais uma
quebra, Djokovic abriu 5/1 com autoridade. Anderson ainda chegou a ameaçar,
teve seu primeiro break point, mas novamente o ex-número 1 foi firme para se
salvar e confirmar o game, fazendo um novo.
No terceiro set, Anderson
voltou bem melhor. Já parecendo mais adaptado às condições de jogo, começou a
encaixar melhor seu saque e ganhou confiança ao abrir a disputa confirmando o
serviço - diferente das parciais anteriores. Além disso, passou a sustentar
melhor as trocas no fundo da quadra e a ameaçar o saque de Djokovic, como foi
no oitavo game, quando chegou a ter o break point, mas o sérvio foi firme para
manter e fazer 4/4.
Anderson confirmou mais uma
vez e forçou Djokovic, que ficou em apuros em três duplas faltas no game, mas
conseguiu se livrar de dois set points. No 6/5, mais uma vez, o sérvio se
complicou e precisou salvar outros três set points, num momento bastante
favorável para o sul-africano. A decisão ficou para o tie-break. E, ao que
parece, ter se salvado dos break points elevou a moral de Djokovic. O sérvio
foi firme nas devoluções e abriu dois mini breaks, sempre aproveitando seus
saques. Rapidamente, ele abriu 5-1. Um erro não forçado de Djokovic parecia que
daria uma sobrevida a Anderson, mas ele ganhou mais um ponto nas trocas com o
rival e, com 6-3, sacou bem demais para garantir o título.
Fonte: G1