O presidente Michel Temer foi
aconselhado na semana passada por auxiliares a subir o tom em relação ao
delegado Cleyber Malta Lopes, responsável pelo inquérito dos Portos, que mira o
presidente.
Temer quer questionar nos
próximos dias, na Procuradoria-Geral da República, a atuação do delegado à
frente das investigações, diante da possibilidade de uma terceira denúncia por
parte da PGR.
Segundo assessores do
Planalto, Temer está irritado com a ampliação da investigação para a reforma da
casa de Maristela Temer, filha do presidente, em 2014. Fornecedores da obra
afirmam que receberam em dinheiro vivo pelo trabalho, de Maria Rita Fratezi, na
empresa Argeplan.
Maria Rita é mulher do coronel
Lima, dono da Argeplan. Lima é apontado por delatores como intermediário de R$
1 milhão da JBS que seria suposta propina a Temer.
A avaliação do presidente é a
de que as investigações saíram do escopo da edição do decreto dos Portos, publicado
em 2017, e que agora os investigadores abriram uma nova linha de apuração para
desgatar o presidente na reta final do seu mandato.
Por isso, Temer que peticionar
à PGR. Interlocutores do presidente acreditam que Antonio Claudio Mariz,
advogado de Temer, adota uma estratégia errática de defesa, sem enfrentamento
político da investigação.
Auxiliares do presidente dizem
que Temer precisa adotar uma estratégia política mesmo quando vai se defender
juridicamente - por isso, defendem a petição à PGR com tom crítico ao caso dos
Portos.
Na sexta, Temer se reuniu com
Eduardo Carnelós em São Paulo, advogado que atuou na segunda denúncia. Ontem,
mandou chamar Brian Alves Prado, advogado que assumirá sua defesa no caso dos
Portos, já que Mariz vai se declarar impedido com a junção da delação de Lucio
Funaro. Mariz advogou no passado para o doleiro, e alega conflito de
interesses. Fonte: Blog do Magno Martins