Nem o calor humano da
torcida, nem o poder de fogo de um dos melhores do mundo. A Argentina não
conseguiu superar o iceberg defensivo da Islândia e tropeçou na estreia na Copa
do Mundo. A sensação europeia congelou Messi, que perdeu pênalti, e debutou em
Mundiais com o empate por 1 a 1 com a bicampeã. Agüero abriu o placar, mas
Finnbogason empatou logo depois em partida válida pelo Grupo D, neste sábado,
no Spartak, em Moscou.
Praticamente 45 minutos
secando gelo. A Argentina teve o apoio da torcida, quase 80% de posse de bola,
um dos melhores do mundo ao seu lado, mas batia e voltava na muralha branca da
Islândia. A zebra na Euro realmente não aconteceu à toa. Com dois volantes e um
Mascherano plantado, a Argentina dava profundidade com Salvio e Tagliafico em
parceria com Meza e Di María. As duas primeiras chances, porém, saíram de Messi,
que conseguiu se desvencilhar da marcação dobrada e obrigar o goleiro a fazer
boas defesas. Aos 19, chute errado de Di Maria encontrou Agüero na área. Rara
chance que o atacante não desperdiçou: 1 a 0. Já aos 23, os homens de gelo
viram espaços nas laterais, cruzaram a bola de um lado para o outro, até que
Cabellero deu rebote para Finnbogason empatar.
O ferrolho islandês voltou
ainda mais apertado no segundo tempo. Com raras escapadas comandadas por
Sigurdsson, a missão era se fechar. Com Banega no lugar de Biglia, Messi ganhou
companhia no meio e entrou no jogo. Foi quando descolou lindo passe para Meza
sofrer pênalti. Festa no Spartak encerrada por Halldorsson. Messi telegrafou a
batida chapada no canto direito e parou no goleiro. O lance não abalou o
craque, que passou a chamar a responsabilidade. Mas sempre que driblava um,
dois, tinha um terceiro lá para atrapalhar. Chutes perigosos, faltas na entrada
da área. Messi tentou de tudo. Sampaoli também arriscou. Colocou Pavón,
Higuaín, e deixou o time com cinco atacantes. Nada que derretesse a muralha
gelada.
Como se não bastasse toda
festa que a torcida da Argentina fez em Moscou desde o início da tarde,
faltando minutos para bola rolar, já após o hino, uma explosão. No setor de
camarotes surgiu Diego Armando Maradona. A massa se virou para ovacionar seu
ídolo máximo e cantar que é melhor que Pelé. Tentativas de contato, fotos e
carinho continuaram durante os 90 minutos para um Diego entusiasmado.
O estádio vermelho do
Spartak ficou branco e celeste, com pequenas manchas do azul escuro da
Islândia. A torcida da Argentina invadiu Moscou e demonstrou todo fanatismo por
sua seleção. Bandeiras com o rosto de Messi dividiam espaços com camisas com
seu nome. A já tradicional cantoria fez eco dentro e fora do palco da partida,
com direito a novo hit que diz: “Vamos, Argentina. Sabe que eu te quero. Hoje
tem que ganhar e ser o primeiro. Essa torcida louca, que dá tudo pela Copa. A
que tem Messi e Maradona”
Messi não se escondeu do jogo,
foi caçado durante os 90 minutos, apostou em jogadas individuais no segundo
tempo, mas não conseguiu ser decisivo. No dia seguinte a Cristiano Ronaldo
chamar para si os holofotes, o craque argentino teve a bola do jogo nos pés e
parou de Halldorson em cobrança de pênalti. Agora, a pressão para que faça a
diferença é ainda maior contra Croácia e Nigéria. Messi sabe disso. O jogo, por
sinal, acabou com a bola em seus pés, quando, irritado, deu um chutão para o
alto.
Fonte:GE