Lula deveria informar aos seus
advogados se está ou não interessado em trocar a cana especial de Curitiba pela
prisão domiciliar. Sepúlveda Pertence, seu advogado de Brasília, informou ao
Supremo que sim. Cristiano Zanin, seu defensor de São Paulo, assegurou que não.
Os defensores do pajé do PT ficaram zonzos às vésperas do julgamento de mais um
recurso do condenado, dessa vez na Segunda Turma do Supremo, na próxima
terça-feira.
O pedido de prisão domiciliar
foi incluído num memorial entregue nesta quinta-feira aos ministros do Supremo.
Seria uma providência alternativa, para o caso de ser indeferido o pedido de
liberdade para Lula, preso desde 7 de abril. Ex-presidente da Suprema Corte,
Sepúlveda Pertence esteve no tribunal. Conversou com ministros, entre eles
Edson Fachin, o relator da causa.
Pouco antes da meia-noite, às
23h19, Cristiano Zanin emitiu uma nota para informar que a prisão domiciliar é
uma carta que não consta do seu baralho. Diz o texto: “O ex-presidente Lula
está pedindo nos recursos dirigidos aos tribunais superiores o restabelecimento
de sua liberdade plena, porque ele jamais praticou qualquer ato ilícito.”
Sem mencionar o nome de
Pertence, Zanin acrescentou: “A condenação imposta ao ex-presidente pelo juiz
Sergio Moro e pelo TRF-4 afronta a Constituição Federal e a lei. A defesa de
Lula não apresentou ao STF ou a qualquer outro tribunal pedido de prisão
domiciliar.”
O texto arremata: “A defesa de
Lula pedirá amanhã (22/06) à vice-presidência do TRF-4 que não pratique
qualquer ato que possa configurar tratamento diferenciado ou que possa
prejudicar o julgamento que o STF fará na próxima terça-feira (26/06)”.
Desde que Sepúlveda Pertence
foi contratado para reforçar a defesa de Lula nos tribunais brasilienses que se
afirma que ele jamais discute com Cristiano Zanin. Vai ficando demonstrado que,
na verdade, eles nem se falam. Fonte: Blog do Magno Martins