O Distrito Federal registrou dois casos de violência
contra mulher, com diferença de poucas horas, na noite dessa quinta-feira (28).
Um deles aconteceu em Santa Maria e outro, em Planaltina. No primeiro, o
suspeito manteve a vítima em cárcere privado e, no mais recente, outro homem
ameaçou de morte os próprios filhos para aterrorizar a companheira. A 31ª e a
33ª delegacias investigam os crimes.
A Polícia Militar foi acionada em Planaltina para atender
a ocorrência de violência doméstica. No local, os policiais encontraram uma
mulher de 25 anos, que relatou que o companheiro teria se irritado ao chegar e
encontrar a casa desarrumada. Em seguida, ele agrediu a vítima nas costas,
utilizando um facão. Segundo os PMs, a mulher contou que tentou se defender utilizando
uma faca, mas ficou tão nervosa que ameaçou tirar a própria vida. O agressor a
incentivou e, em seguida, disse que mataria ela e os filhos, de 4 e 7 anos.
O suspeito amarrou cordas no telhado da casa, formando
laços, e obrigou as crianças a colocarem as cordas no pescoço. O menino de 4
anos chegou a ficar pendurado, mas o homem desistiu de finalizar o crime,
pedindo então para que a companheira cortasse a corda, libertando a criança.
Nesse momento, a criança mais velha conseguiu fugir da casa e pedir socorro aos
vizinhos, que, ao chegarem ao local do crime, não encontraram mais o
agressor.
A PMDF iniciou as buscas e encontrou o suspeito a 600m da
casa. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) prestou os primeiros
socorros e encaminhou as vítimas ao Hospital Regional de Planaltina. As
crianças e a mulher sofreram lesões corporais leves. O homem foi conduzido à
31ª DP e autuado por violência doméstica, ameaça e lesão corporal. No registro
da ocorrência foi descoberto que o suspeito já tinha um mandado de prisão em
aberto por homicídio, expedido pela Justiça do Piauí.
Mantida em cárcere privado
No mesmo dia, algumas horas antes, uma mulher que não
teve a identidade revelada foi agredida e mantida em cárcere privado pelo
próprio companheiro em Santa Maria. A vítima relata que foi forçada a ter
relações sexuais com ele durante toda a noite. Por volta das 18h15, a Central
de Operações da Polícia Militar (Copom) foi acionada para comparecer ao
Condomínio Porto Rico para atender uma denúncia de violência doméstica.
Quando chegaram ao local, a vítima contou aos policiais
que o homem estava saindo de casa, mas resolveu voltar e então começou a
agressão. Ele ainda a ameçou de morte.
Os policiais deram voz de prisão ao homem, que regaiu e
negou o crime. Segundo a PM, foi necessário uso de força para contê-lo. O
suspeito foi autuado por vias de fato, lesão corporal, ameaça, estupro,
resistência, desacato e Lei Maria da Penha.
Prevenção da violência doméstica
A Lei Maria da Penha, sancionada em agosto de 2006,
prevê, além das medidas protetivas, que determinam o afastamento do agressor,
ações educativas com o objetivo de prevenir casos de violência doméstica.
Especialistas destacam esse é o caminho para se alcançar, a longo prazo, a
redução do número de agressões e mortes.
A legislação traz uma sessão específica, dedicada a
medidas integradas de prevenção, com ações articuladas entre União, Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, além de ações não-governamentais. A norma
determina a "promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção
da violência doméstica e familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar
e à sociedade em geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção aos
direitos humanos das mulheres". Há locais na cidade em que tanto o
agressor quanto a vítima podem buscar apoio psicológico e social, veja quais.
Fonte; Diário de Pernambuco