O ex-presidente fez um
discurso no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo
O ex-presidente Lula disse
estar "extremamente tranquilo" em relação à votação do recurso no
TRF-4 do processo em que foi condenado a nove anos e seis meses de prisão pelo
juiz Sergio Moro, no caso do triplex em Guarujá. "Eles (juízes) decidirem
por 3 a 0 que o juiz Moro errou é a única coisa certa e justa", disse
Lula. "As pessoas que me julgaram estão com a consciência menos tranquila
do que a minha." "Tenho certeza absoluta que não cometi nenhum
crime", disse.
"Se não acontecer (a
absolvição) temos muito tempo pela frente pra mostrar o equívoco, as mentiras
contadas contra o PT e o Lula nesses últimos anos. A única coisa que quero que
saibam é que tenho muita tranquilidade pra enfrentar adversidade, noção dos
problemas vivendo, e o que tá acontecendo comigo é muito pouco perto do que tão
fazendo com milhões de brasileiros, que não entenderam a reforma trabalhista e
vão ser massacrados. Com as pessoas que serão massacradas pela reforma da
Previdência. Reforma pra mexer no salário do povo trabalhador, não do
desembargador ou do general."
Sindicato
Lula chegou às 10h08 no
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. Ele estava em uma
comitiva, em um veículo preto. O sindicato esperava que Lula chegasse ao prédio
antes do início do julgamento. O ex-presidente entrou pela garagem do subsolo e
não falou com a imprensa.
Ele assistirá à sessão do
TRF-4 em uma sala reservada pela diretoria do sindicato.
Lula estava acompanhado do
advogado e compadre Roberto Teixeira, e do pré-candidato ao governo de SP, Luiz
Marinho. Marinho disse à reportagem que tem um "fio de esperança" na
absolvição do presidente pois considera que o Ministério Público não apresentou
provas contra Lula.
Disse que o ex-presidente está
sereno. "Dentro do cenário criado dá para ser pessimista, mas eu
particularmente tenho um fio de esperança porque se os desembargadores julgarem
de acordo com as leis ele será inocentado porque não há crime. Para ser
condenado precisa ter provas, para ter prova precisa ter [havido] crime",
disse. "Vasculharam do jeito que vasculharam e não tem prova é porque o
crime não existe".
Infiltrados
O presidente do sindicato dos
metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, reuniu os militantes para passar
instruções sobre como serão as atividades no dia do julgamento. Santana afirmou
que os militantes precisam ter cuidado com infiltrados "que querem
aproveitar a presença da mídia para dizer que aqui só tem um bando de
baderneiro".
O sindicalista pediu desculpas
por ter que restringir o lugar onde Lula ficará no prédio por conta do
"ódio que se espalhou por aí". Santana também pediu para que a
militância não se disperse durante o dia e compareça ao ato na Praça da
República. "Vocês têm que pensar que aqueles que nos odeiam estão olhando
para cá e esperando esvaziar", disse. Fonte: FolhaPE