GP da Itália, o 13º da
temporada, teve nada menos que nove pilotos (de um total de 20) punidos pela
troca da caixa de câmbio ou de algum dos componentes que formam a unidade de
potência - seja por estourar o limite de quatro peças por temporada ou pela
troca realizada antes do prazo estabelecido. E é com isso em mente que o chefe
da RBR, Christian Horner, tenta alterar a regra de 2018 que prevê, em vez de quatro,
apenas três unidades de potência por piloto para o ano todo, e isso com uma
corrida a mais (21 no total) no calendário. No início do ano, Horner já havia
tentado fazer com que o Grupo de Estratégia da F1 abandonasse a ideia dos três
motores, mas sem sucesso, já que não conseguiou apoio de outros times. Agora,
após o show de penalizações em Monza, o dirigente afrima que trará novamente o
assunto à tona.
- Eu penso que esse motor
não trouxe nada de positivo para a F1 desde que foi introduzido (em 2014). O
que me preocupa é que teremos três motores, mas com mais corridas. Na minha
opinião, deveria ser a prioridade para o próximo encontro do Grupo de
Estratégia. Talvez tenhamos que retornar a uma quantidade mais viável. Talvez
cinco seja uma quantidade melhor que três ou quatro. Eu tentei mudar isso na
reunião realizada no início do ano, mas não tive apoio. Mas espero que agora as
opiniões mudem, já que tem muita gente vendo que será bastante punida de agora
ao fim do ano. Será uma pena se o campeonato for decidido por punições -
explica.
O limite no número de
motores por temporada foi estipulado como uma medida de redução de custos para
que as equipes com mais dinheiro (times de fábrica como Mercedes, Ferrari...)
não levassem vantagem sobre equipes privadas e com orçamento restrito. Contudo,
o tiro parece ter saído pela culatra, já que fabricar peças mais resistentes e,
depois, testá-las no dinamômetro tem se mostrado uma operação nada barata.
- O propósito de toda essa
coisa do limite de motores era a economia financeira, mas é claro que não tem
adiantado. Continuamos usando mais motores e levando punições.
Desde que os motores
híbridos (1.6 V6 turbo, com dois sistemas de recuperação de energia) foram
introduzidos na F1, a quantidade de unidades de potência disponíveis por ano
foram diminuindo ao longo das temporadas. Em 2014 e 2015, cada equipe tinha
cinco motores disponíveis, com esse número diminuindo para quatro em 2016 e
2017. E com a previsão do número cair para três a partir de 2018.
Confira a tabela abaixo,
lembrando que as punições começam quando um piloto usa mais do que a quarta
unidade de cada um dos seis componentes que formam a unidade de potência (ICE,
TC, MGU-H, MGU-K, ES e CE) - veja abaixo o que cada sigla significa.
* ICE (motor a combustão),
TC (turbocompressor), MGU-H (sistema de recuperação de energia do calor
liberado pelo sistema de exaustão), MGU-K (sistema de recuperação de energia
cinética das frenagens), ES (bateria que armazena a energia recuperada pelos dois
sistemas anteriores) e CE (central eletrônica, o cérebro que gerencia diversas
operações no carro).
Críticas também para sistema
de punições: "Muito confuso"
O chefe da RBR aproveitou
também para atacar o sistema de punições aplicado na categoria, que considera
confuso. Horner acredita que seria mais simples penalizar um construtor ou
fornecedor de motores do que mexer no grid.
- É difícil até para nós.
Mesmo na hora de ir para o grid, ficamos tentando compreender ser largaríamos
em 12º ou 13, já que Pérez tinha uma punição, mas não sabíamos se a punição
havia sido dada antes ou depois da nossa. Então é muito confuso.
Na F1, caso dois pilotos
recebam uma punição em posições no grid de largada que os coloque na mesma
posição, largará atrás aquele que foi penalizado por último. Fonte : Ge