A
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão nesta
terça-feira (25) que surpreendeu boa parte dos brasileiros. Acostumados a ver
nos últimos meses uma série de criminosos “do colarinho branco” serem presos e
condenados em meio as investigações da Lava Jato, hoje testemunharam uma drástica
mudança quando viram o STF determinar a soltura do ex-ministro-chefe da Casa
Civil José Dirceu.
Condenado
pelo “mensalão” e posteriormente duas vezes pela Lava Jato, o petista está
preso em Curitiba desde agosto de 2015.
A
decisão dos magistrados foi por 3 votos a 2. Votaram a favor do habeas corpus
os ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes, enquanto o
relator Edson Fachin e Celso de Mello votaram pela manutenção da prisão.
Em
primeira instância, nas duas sentenças de Sérgio Moro, Dirceu foi condenado a
mais de 30 anos de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e
organização criminosa. O argumento do STF, é que a prisão definitiva só seria
possível após a condenação em segunda instância, sendo que esse julgamento ainda
não tem data para acontecer.
Embora
o magistrado tenha reconhecido a gravidade dos crimes investigados na Lava
Jato, Gilmar Mendes advertiu para o possível erro de juízes ao cederem à
pressão popular, citando o jurista italiano Gabriel Zagrebelsky, critico à
forma como o povo judeu condenou Jesus Cristo à morte.
Na
argumentação de seu voto, o ministro comparou o caso de Zé Dirceu com o
julgamento de Jesus, “que ficou em silêncio até o fim”. “Só o Filho de Deus
pode ser manso como um cordeiro”, disse ele a seus pares.Fonte: Gospel Prime