A delação da JBS causou um
redemoinho na política nacional e reservou ao pastor Silas Malafaia um novo constrangimento:
um advogado da empresa o citou durante depoimentos à Procuradoria Geral da
República.
Francisco de Assis e Silva,
que atua na defesa dos irmãos Joesley e Wesley Batista, disse em seu
depoimento, que o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo teria
procurado outro advogado da JBS, chamado Willer Tomaz, para facilitar um
encontro com um juiz identificado apenas como “dr. Ricardo”.
Willer Tomaz foi um dos
presos após a homologação da delação premiada dos irmãos Batista e executivos da
JBS, na operação derivada da Lava-Jato e chamada Patmos, em referência à ilha
mencionada na Bíblia Sagrada como o local onde o apóstolo João recebeu a
revelação do Apocalipse.
Segundo o advogado Assis e
Silva, para mostrar sua intimidade com o magistrado responsável pelas
operações, Willer Tomaz afirmou que teria convencido o juiz a se encontrar
informalmente com Malafaia, a pedido do pastor, para uma aproximação com o
Judiciário após a condução coercitiva a que foi submetido na Operação Timóteo.
A repercussão da notícia foi
instantânea, e o pastor Silas Malafaia acusou o advogado da JBS de “querer
salvar a própria pele” usando o nome de “uma pessoa muito conhecida” – ele -:
“Manda este ladrão, vagabundo, bandido provar o que fala”, reagiu o pastor.
Ao jornal Folha de S. Paulo,
Malafaia reiterou seus argumentos de defesa usados na acusação feita contra ele
na Operação Timóteo: “Virei ‘o cara’. Recebo uma oferta de R$ 100 mil, os caras
roubam milhões, e quem vira estrela sou eu”, ironizou.
Na entrevista, o líder
evangélico admitiu que conhece o advogado Willer Tomaz, mas sugeriu que isso
não significa que a história do advogado Assis e Silva seja verdadeira.
“Não nego que conheço o
Willer, mas o que isso tem a ver? É advogado de uma centena de deputados e
senadores, advogado do [senador] Magno Malta [PR-ES, evangélico], que é um
amigão meu. Já estive com ele, almocei, essas trocas de ‘zap’ [WhatsApp]. Até
ganhei um susto quando vi que decretaram a prisão dele”, defendeu-se.
Ao final, o pastor ainda
negou que tenha pedido para marcar encontros “com qualquer juiz” e acrescentou:
“Eu, hein, ‘nego’ tá sonhando. Deixa ele sonhar, faz bem para a saúde”. Fonte:Gospel +