PASSOU POR CIMA
A Ponte Preta entrou em
campo como se a vida de todos os seus jogadores estivesse em jogo. O Palmeiras
parecia pesado por conta de um almoço de Páscoa em família. Resultado: um atropelamento.
No primeiro duelo válido pelas semifinais do Paulistão, na tarde deste domingo,
no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, a Ponte venceu o Palmeiras por 3 a 0
e abriu larga vantagem no confronto. Todos os gols foram marcados no primeiro
tempo: Pottker logo com 40 segundos, depois Lucca aos 7 minutos e Jeferson aos
33. O atropelamento foi tão intenso que Felipe Melo chegou a dizer que a Ponte comeu o Palmeiras no primeiro tempo.
DESTAQUE
E a vitória poderia ser
ainda maior, já que o árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza ignorou
pênalti claro de Fernando Prass em Willian Pottker – uma tesoura por trás do
goleiro no atacante.
E AGORA?
O jogo da volta será no
próximo sábado, na arena do Palmeiras, às 19h. O Palmeiras precisará vencer por
quatro gols de diferença para se classificar. Se ganhar por três, a decisão da
vaga vai para os pênaltis. O critério de gol fora de casa não é levado em conta
no Paulistão.
FELIPE MELO I
No intervalo, Felipe Melo
disse que a Ponte "comeu" o Palmeiras.
FELIPE MELO II
Depois do jogo, Felipe Melo
disse que é hora de dar "tapinha na bunda" dos jogadores.
CALMA, CARAS!
O Palmeiras parecia perdido
em campo. E o jogo ficou tenso, principalmente na etapa inicial. A cada
dividida, muita confusão. Numa delas, Fernando Bob deixou o braço na altura do
rosto de Willian, e o tempo esquentou. Até o volante Thiago Santos, que estava
no banco de reservas, levou cartão amarelo por empurrar Pottker no meio da
confusão. Detalhe: Thiago Santos só saiu do "bololô" à força,
empurrado pelo preparador físico Omar Feitosa.
MAGIA PURA
Liderada por Willian
Pottker, a Ponte mandou na partida. O atacante, aliás, merece um destaque à
parte: impressionante o que tem jogado. Sua importância para a Macaca não se
resume aos gols (o que já seria muita coisa, claro), mas também pela forma como
lê o jogo e transita por diferentes setores do campo – ora cai pelos lados, ora
volta para receber no meio-campo e fazer o papel de um armador. Já negociado
com o Inter, Pottker vai fazer muita falta para a Ponte no Brasileirão. Ele é
artilheiro do Paulistão com nove gols, ao lado do são-paulino Gilberto.
PRIMEIRO TEMPO
A Ponte Preta abriu o placar
em sua primeira investida. Prass fez duas defesas. Na terceira finalização, de
Jeferson, a bola desviou em Pottker, em posição legal, e entrou. Tudo isso com
40 segundos de jogo. A Macaca estava com fome. Aos 7, ampliou. Numa jogada que
começou num lateral no campo da Ponte, todo o setor defensivo do Palmeiras
dormiu, e Pottker deixou Lucca livre, na cara do gol. O atacante, que pertence
ao Corinthians, não perdoou. O terceiro golpe não demorou a surgir. Aos 33,
Lucca acionou Jeferson na direita. A bola estava tranquila para a defesa. Mas
Zé Roberto escorregou e deixou o lateral-direito da Macaca receber com
tranquilidade e bater forte, sem chance para Fernando Prass. Incrível: 3 a 0
para a Ponte, com 33 minutos de jogo.
SEGUNDO TEMPO
O Palmeiras voltou com
Michel Bastos no lugar de Guerra. O ex-são-paulino entrou aberto pela direita,
e Willian centralizou para ajudar Borja no combate com os zagueiros. Com o
colombiano em tarde pouco inspirada (e já com cartão amarelo), Eduardo Baptista
ainda lançou Alecsandro no lugar do camisa 12. Era a tentativa do "tudo ou
nada", de tentar algo no abafa. Mas o Verdão nunca esteve próximo do gol.
A Macaca esteve mais perto do quarto gol do que o Palmeiras do primeiro.
Principalmente em jogadas de contra-ataque. Gilson Kleina, que comandou o
Verdão durante a segunda passagem do time pela Série B do Campeonato Brasileiro
e assumiu a Ponte em meio ao Paulistão, parecia completamente ciente de como o
time do ex-ponte-pretano Eduardo Baptista se comportaria. Não havia espaço para
nenhum palmeirense. Fonte:GE