Está definido. Vinícius Eutrópio é o novo treinador do
Santa Cruz. A contratação foi confirmada na noite desta quarta-feira, três dias
após o término da Série A. Aos 50 anos, o técnico estava sem clube. O último
time onde trabalhou foi o Figueirense, até a 14ª rodada do Brasileiro. Não de
hoje que a diretoria tricolor queria contar com os serviços do comandante, que
deve desembarcar no Recife até esta sexta-feira, junto do preparador físico
Márcio Farias, para permanecer no Arruda por um ano.
No começo desta noite, o vice-presidente do Santa Cruz, Constantino Júnior, se
reuniu com o empresário do treinador (o seu xará, Constantino Júnior) e definiu
todas as bases salariais. O treinador aceitou a oferta, mas ainda não fechou
acordo por causa de pequenas pendências. Havia o impasse se o clube pagaria o
aluguel do seu apartamento no Recife e as passagens de avião para a família
dele. Uma ligação do técnico para o dirigente por volta das 19h sacramentou a
negociação. Boas referências do comandante foram dadas ao presidente Alírio
Moraes pelo ex-técnico tricolor Milton Mendes em visita à capital pernambucana.
Enquanto aguardava o “sim” de Eutrópio durante o dia, o Santa Cruz mantinha
conversas com Cláudio Tencati, do Londrina, e Rogério Zimmermann, do Brasil de
Pelotas. Segundo apuração da reportagem do Superesportes, porém, o “plano A” da
diretoria tricolor não era nenhum dos três, mas sim Alberto Valentim. Auxiliar
dos seis últimos técnicos do Palmeiras, havia sido cogitado no Arruda quando
Milton Mendes saiu para dar lugar a Doriva durante o Brasileirão e voltou a
ficar em pauta ao término do campeonato. Mas ele teve um acordo oficializado
com o Red Bull Brasil na última terça-feira e frustrou os planos corais.
Antes de Valentim, o alvo do Santa Cruz foi Dado Cavalcanti. Anteriormente ao
acerto com Náutico, em 2 de dezembro, ele chegou a fechar com o Tricolor, mas
queria que uma dívida antiga que mantém com o clube, de R$ 600 mil, fosse
embutida nos seus salários. Proposta prontamente rejeitada pela diretoria.
Desde a negativa de Dado, Eutrópio passou a ser um dos comandantes preferidos
do Santa. Pelo histórico em equipes grande e médio porte e porque se encaixava
no orçamento reduzido para um 2017 na Segunda Divisão. O próprio treinador já
havia se mostrado disposto a treinar o Tricolor. Também durante a última Série
A, na transição de Milton Mendes para Doriva. Na ocasião, foi oferecido ao
clube por via do seu empresário.
Histórico da carreira de Vinícius Eutrópio
Vinícius Eutrópio foi jogador profissional por 16 anos.
Ex-volante, encerrou a carreira no Náutico como capitão, aos 33, e passou a ser
auxiliar do então treinador alvirrubro, Arthur Neto. Tornou-se coordenador
técnico no Atlético-PR e no Fluminense, equipes que depois viria a comandar
(interinamente no Furacão). Acumulou passagens ainda por mais nove times na
carreira: Ituano, Grêmio Barueri, o português Estoril, Duque de Caxias-RJ,
América-MG, ASA-AL, Figueirense, Al Ittihad (dos Emirados Árabes) e
Chapecoense. Em 2010, foi ainda assistente de Carlos Alberto Parreira na Copa
do Mundo de 2010, pela Seleção da África do Sul.
As conquistas de Eutrópio se concentram no futebol catarinense. Antes de ser
técnico, foi campeão estadual duas vezes:1989, pelo Criciúma; 1996, pelo
Figueirense. Nesse ano, ainda foi campeão da Copa Santa Catarina pelo
Alvinegro. No comando do Figueira, em 2014, voltou a ser campeão estadual. Não
repetiu o sucesso no Brasileirão. Há cerca de cinco meses na equipe, acabou
sendo demitido em 11 de julho, deixando o clube na 17ª colocação, com 15 pontos
ganhos.