Como se 2016 não tivesse sido longo o suficiente, o
último minuto do ano vai durar um segundo extra para compensar o tempo perdido
com a desaceleração da Terra, dizem os cronometristas. Países que usam o Tempo
Universal Coordenado (UTC) - várias nações da África Ocidental, Grã-Bretanha,
Irlanda e Islândia - somarão o segundo intercalar durante a contagem regressiva
de meia-noite para 2017 - fazendo com que o minuto final do ano tenha 61
segundos de duração. Para outros países, o tempo será determinado pelo fuso
horário em que vivem, em relação ao UTC.
"Este segundo extra, ou segundo intercalar, torna possível alinhar o tempo
astronômico, que é irregular e determinado pela rotação da Terra, com o UTC,
que é extremamente estável e é determinado por relógios atômicos desde
1967", afirmou o Observatório de Paris em um comunicado.
O observatório abriga o Serviço Internacional de Sistemas de Referência e
Rotação da Terra (IERS), responsável pela sincronização do tempo. "A
sequência de datas dos marcadores de segundo do UTC será: 2016 31 de dezembro
23h 59m 59s, 2016 31 de dezembro 23h 59m 60s, 2017 1 de janeiro, 0h 0m
0s", afirma o site do IERS.
O ajuste é necessário porque a rotação da Terra não é regular - às vezes
acelera, às vezes desacelera, embora esteja diminuindo gradualmente no geral.
Isto é causado por fatores que incluem as forças gravitacionais da Lua sobre a
Terra, que dão origem às marés oceânicas.
O resultado é que o tempo astronômico - baseado na duração de um dia na Terra -
gradualmente fica fora de sincronia com o tempo atômico - que é medido por
cerca de 400 relógios atômicos super precisos espalhados pelo mundo.
Quando os segundos intercalares foram introduzidos, em 1972, 10 segundos
tiveram de ser adicionados ao UTC, e depois disso 1 segundo passou a ser
adicionado a cada cerca de 18 meses, de acordo com o Instituto Nacional de
Padrões e Tecnologia (NIST) do Departamento de Comércio dos Estados Unidos.
O último segundo adicionado foi em 30 de junho de 2015.