O presidente Jair Bolsonaro voltou a negar, nesta quinta-feira, que o auxílio emergencial será prorrogado em 2021. A declaração foi feita em transmissão de live pelas redes sociais. Segundo o chefe do Executivo, o Brasil está endividado e uma eventual continuidade do benefício "quebraria o país".
"Alguns batem na questão do auxílio emergencial. O
nome é 'emergencial'. A nossa capacidade de endividamento chegou ao limite.
Lamento. Pessoal quer que continue? Vai quebrar o Brasil. Vem inflação,
descontrole da economia, vem um desastre atrás disso daí. Todo mundo vai pagar
caríssimo. E temos que trabalhar", apontou.
O mandatário disse, ainda, que, dependendo do valor da continuação, categorias
como caminhoneiros e agricultores cruzariam os braços. "Imagina se eu
desse auxílio, o dinheiro não é meu. É de vocês. E não é nem dinheiro de vocês.
É endividamento de vocês. Todo mundo ganhando, por exemplo, R$ 1 mil por mês
até acabar a pandemia. Eu quero saber... O caminhoneiro vai parar também, né?
'Ah, vou parar, pô, R$ 10 mil até acabar a pandemia'", afirmou. "E
tem muito caminhoneiro que rala para ganhar R$ 1 mil por mês. O pessoal do
campo: 'Ah, vou parar também. Vou ficar trabalhando de sol a sol, se eu posso
ficar em casa?'. Agora, vai faltar mantimentos. Se faltar, qual é a
consequência? Fome e inflação. Caos social, problemas", emendou.
Durante a semana, Bolsonaro repetiu que o auxílio não é
"aposentadoria". "A palavra é emergencial. O que é emergencial?
Não é duradouro, não é vitalício, não é aposentadoria. Lamento, muita gente
passando necessidade, mas a nossa capacidade de endividamento tá no
limite", alegou.
Ainda na live, ele voltou a defender tratamentos cientificamente não
comprovados contra a Covid-19 e a criticar o isolamento social. "Essa
política que está sendo adotada no Brasil não está dando certo, está dando
certo para destruir empregos. Não podemos continuar destruindo empregos, e
essas pessoas estão destruindo empregos", disparou. "Essa conta vai
vir alta. Essas pessoas que continuam nessa política de isolamento, lockdown,
são responsáveis, até, pelo aumento de infectados, porque a maioria dos casos
de infecção acontece dentro de casa." Fonte: DP
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