Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, Pernambuco
apresentou uma segunda semana de redução de casos no meio de junho. A redução
de três dados fizeram o governo repensar a retomada: os óbitos, casos e as
solicitações de UTI. O ápice de óbitos e casos do novo coronavírus em
Pernambuco foi registrado na semana de 10 a 16 de maio. Nesta semana, foram
2.150 casos e 625 óbitos. Já o sistema de saúde teve maior demanda na semana
seguinte, de 17 a 23 de maio. Pela primeira vez a taxa de ocupação de UTI
aparece abaixo de 90%. Na avaliação por região, somente a Agreste, representada
pela Macro II e III, têm confirmado o aumento no número de solicitação de UTIs,
casos e óbitos.
A Secretaria reitera que essa tendência de queda dos
indicadores tem firmada a execução de um plano de retomada. Ainda assim, é
necessário a manutenção dos hábitos coletivos como uso de máscara, higienização
das mãos e evitar aglomerações. “Ainda é muito cedo pra fazer qualquer tipo de
comemoração. A epidemia não tem se comportado de forma uniforme em todo os
Estado. Essa tendência não está sendo observada na região Agreste, por isso não
estão seguindo o plano de reabertura do comércio”, pontua André Longo,
secretário de Saúde do Estado. O secretário, também reafirma que existe a
possibilidade de uma segunda onda de contágio. “Não será o poder público que
conseguiu garantir. Cabe os protocolos serem executados de forma a evitar o retorno
da doença com um alto número de casos. Se o comércio se mostrar irresponsável
nessa retomada, a vigilância sanitária terá que intervir”.
O governador Paulo Câmara também comentou a situação da
região. “Analisando os dados, é possível perceber claramente uma redução nas
últimas três semanas. São números importantes, mas precisamos manter a cautela
e a responsabilidade na condução dos próximos passos. A epidemia não se
comporta de maneira uniforme em todo o Estado. Tivemos um aumento de demanda por
leitos de UTI no Agreste e Zona da Mata, motivo pelo qual essas regiões não
acompanharam a reabertura do varejo nesta segunda-feira, como o restante do
Estado”.
Estudo da Fundaj
Essa tendência de interiorização dos casos já tinha sido
estabelecida pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). O Centro Integrado de
Estudos Georreferenciados (Cieg), mostrou mudanças de disseminação do vírus em
Pernambuco. Entre os dias 3 e 5 de maio, foi mapeado uma movimentação das
contaminações que saíram da Região Metropolitana do Recife em direção ao
Agreste do estado. O número de municípios com casos confirmados, passou de 126
para 130, enquanto os óbitos passaram de 652 para 749, um aumento de quase 15%
em dois dias. O eixo Fernando de Noronha – Palmares perdeu força e a dispersão
do vírus se direcionou à Caruaru, tomando a BR-232 como principal vetor de
difusão. São como “ondas de leste” de dispersão da pandemia, vindas do litoral,
densamente ocupado e povoado, para o interior do estado.
Ampliação da testagem
O Governo de Pernambuco volta a ampliou o público
prioritário para a realização do teste da Covid-19 no Estado. A partir da
próxima semana, dia 22 de junho, também terão prioridade para acesso aos exames
trabalhadores sintomáticos de serviços essenciais, como supermercados,
padarias, farmácias, postos de gasolina, imprensa, bancos, clínicas e hospitais
veterinários, além de serviços de assistência social e 1 atendimento à
população em estado de vulnerabilidade.
Usuários e profissionais de residências terapêuticas e
unidades de acolhimento e Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) 24h e gestantes
no pré-natal com sintomas de síndrome gripais também passam a ser incluídos nos
grupos prioritários para testagem. Além disso, os pacientes no pré-operatório
de cirurgias eletivas, conforme validação das comissões intra-hospitalares, e
pacientes no pré-operatório de cirurgias oncológicas também passam a fazer
parte do grupo prioritário. Nesses casos, não é necessário apresentar sintomas
de gripe.
Fonte: Diario de Pernambuco
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