O pastor Dino Rizzo, pastor associado da Church Of The
Highlands, em Birmingham, Alabama (EUA), e pastor executivo da Association of
Related Churches (Associação de Igrejas Relacionadas), foi um dos convidados
para a Inspire Brasil Online, conferência da Rede Inspire.
Com 35 anos de experiência no ministério, Rizzo falou
sobre questões envolvendo o evangelismo e
o trabalho das igrejas diante da sociedade, demonstrando que é possível a Igreja se
engajar na comunidade para fazer a diferença.
A mensagem do pastor foi baseada na “Parábola do Bom
Samaritano”, que se encontra narrada em Lucas no capítulo 10, partindo do versículo
35.
O foco da mensagem foi apresentar a ideia sobre como os
acontecimentos atuais têm levantado debates sobre o valor da humanidade, o
valor das pessoas.
“Você tem visto a vida pelas lentes da interrupção,
inconveniência, problema, ou você vê como um convite, uma oferta, uma porta
aberta?”, questionou o pastor ao falar sobre as mazelas sociais de nossos
tempos.
Durante a mensagem, Dino destacou que as pessoas estão
lidando com racismo, dor e doenças, e que isso deve ser visto como uma
oportunidade para alcançá-las.
Quem é o meu próximo?
A pergunta feita pelo perito na Lei no diálogo descrito
em Lucas 10.25-37, descreve a intenção daquele homem em
tentar limitar quem seriam as pessoas que deveriam ser acolhidas por ele. Rizzo
ensina que na verdade ele estava perguntado para Jesus sobre quem são as
pessoas que deveriam ter valor para ele, que deveriam ser alcançadas e amadas.
“Ele queria descobrir, talvez, o quão pequeno esse grupo
poderia ser. Jesus respondeu e contou uma história”, destacou, apontando para a
passagem bíblica. Um dos destaques da passagem descrita pelo pastor foi o fato
de Jesus ter colocado um samaritano como aquele que ajuda ao necessitado no
caminho.
Rizzo diz que Jesus não poderia ter escolhido uma palavra
pior, pois não havia na cultura judaica uma figura tão antagônica, tão adversa
ao que os judeus gostariam de ouvir naquele momento, mas a escolha da figura do
samaritano teria ocorrido com um propósito.
O líder evangélico destaca que Jesus queria dar enfase a
atitude daquele homem, que ficou conhecido como “bom samaritano”, lembrando
ainda que Ele orientou para que o perito da Lei agisse da mesma forma, ao
afirmar: “Vá e faça o mesmo”.
A questão sobre quem é o próximo e como é possível
engajar pessoas para fazer a diferença na sociedade foi respondida por Dino
Rizzo com uma afirmação simples, mas desafiadora: “Vá e mostre misericórdia!”
Não é possível fazer a diferença ignorando as necessidades das pessoas,
conforme ensinou.
Perspectivas transformadas
Transformar as perspectivas em relação as pessoas é
fundamental para o líder da Association of Related Churches, que acredita que
devemos ver as pessoas feridas e as transformações na sociedade como
oportunidades, como uma porta aberta e não como um atraso.
“Precisamos entender que, se você e eu nos permitirmos
apoiar no amor de Deus, o próprio amor de Deus transformará nossa perspectiva
das situações, circunstâncias e dos acontecimentos que nos cercam”, explicou.
O pastor diz que Deus quer que as pessoas parem de olhar
para tudo que os cerca como um problema e passe a olhar como oportunidades de
fazer algo pelo próximo, uma oportunidade para amar as pessoas e cuidar delas
em meio a situações difíceis.
Qual sua posição
Dino Rizzo lembra que como pessoas também estamos
sujeitos a sermos afetados pelas situações que nos cercam, que há problemas que
atingem a todos e que cada um deve saber sua posição, que não precisa ser
necessariamente a de vítima.
“Como vamos escolher viver enquanto líderes e enquanto
igreja num mundo cheio de tumulto, dor e problemas?”, questionou.
O pastor ensinou que o sacerdote na parábola bíblica
escolheu limitar o seu amor, decidiu que iria se envolver com aquela pessoa,
talvez porque o homem na estrada não era como ele. O norte-americano lembra que
é mais fácil amar pessoas parecidas conosco.
Por outro lado, o levita que passou pelo homem no caminho
escolheu limitar o seu tempo e, portanto, passou sem ajudar ao necessitado. “
Não coloque limites em seu tempo e em sua entrega para amar”, enfatizou.
Enquanto isso, o samaritano escolheu amar, não colocou
limites para o seu amor e nem para o seu tempo, mas parou e estendeu a mão ao
necessitado, fazendo ainda mais do que poderiam esperar dele, fazendo algumas
escolhas listadas pelo pregador:
Seu amor não olharia para o outro lado
Seu amor não andaria na outra direção
Seu amor iria se envolver
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