A história se repete. Um bebê, com 11 dias de nascido, é
abandonado. Desta vez, dentro de uma igreja. Logo, uma “fila” de pessoas se
forma, todas interessadas em levar a criança para casa. Por trás do abandono,
pobreza e desestruturação familiar da mãe. Ao invés de abandonar, qualquer
mulher, que assim deseje, pode fazer a entrega responsável do bebê para adoção.
Assim, a mãe não responde pelo crime de abandono de incapaz e a criança não
corre riscos.
O caso aconteceu na manhã de quinta-feira (18), em
Vicência, na Zona da Mata Norte. Um menino foi deixado, dentro da Igreja
Matriz, junto a duas bolsas contendo mamadeira, fraldas, manta e outros
utensílios de recém-nascidos. As câmeras do templo registraram a ação. A
criança estava bem cuidada. Inclusive, a mãe deixou um cartão de vacinação
perto do filho.
O documento, com nome e endereço da mãe, com 28 anos,
permitiu que a Polícia Civil localizasse a mulher. Ela estava em uma
propriedade rural, no limite entre Vicência e Limoeiro. Depois de ouvida, ela
foi liberada. Vai responder em liberdade por abandono de incapaz. Ela seguiu
para a casa de parentes, em um município da Mata Norte.
O conselheiro tutelar Jamildo de Souza acompanhou o caso
junto com uma equipe do Centro de Referência Especializado em Assistência
Social. Agora, o bebê está em um abrigo no Recife. Lá, deve permanecer até o
Ministério Público e Justiça decidirem pela adoção.
Primeiramente, a chamada família extensa, formada por
tios, avós e outros parentes, tem prioridade em ficar com o bebê. Um tio do
bebê, que mora no Rio de Janeiro, já mostrou interesse em ficar com a criança.
Ele é irmão da mãe da criança, disse Jamildo.
A 2ª Vara da Infância e Juventude do Recife tem o
Programa Mãe Legal, implantado em outubro de 2009 e referência em todo país. A
iniciativa busca garantir a proteção à mulher que manifeste interesse em
realizar a entrega responsável do bebê para adoção, antes ou após o nascimento.
A ideia também é impedir que crianças sejam abandonadas, adotadas de forma
ilegal ou expostas a situações de risco no Recife.
No restante do estado, o mesmo projeto é chamado de
Acolher. Segundo a juíza Hélia Viegas, da Infância e Juventude, as mães podem
procurar a vara da infância em suas cidades ou mesmo equipes do Ministério
Público, Conselho Tutelar e de unidades de saúde. Todos têm obrigação de
encaminhar o caso para o Judiciário, onde será incluído no Projeto Acolher. A
mãe pode manifestar o desejo ainda gestante ou com o bebê com até 45 dias de
nascido.
Em nota, a Polícia Civil informou que está investigando o
caso. A mãe do bebê foi ouvida na Delegacia de Plantão de Nazaré da Mata e
agora a Delegacia de Vicência assume o caso. Fonte: DP
0 Comentários