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Grupo Cultural Boi da Gente se apresenta neste domingo (16/02), em Belo Jardim, PE



Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco, entra em clima pré-carnavalesco com o Grupo Cultural Boi da Gente. O encontro entre a população e o bloco ocorre neste domingo (16), na Rua Joaquim Cordeiro Vanderlei, no bairro de São Pedro, a partir das 15h.

Da concentração, a festa ganha as ruas. O tradicional cortejo do grupo passa por algumas das principais praças da cidade, como a dos Motoristas, a do Padre Cícero e a Praça Jorge Aleixo da Cunha.

Assim como nas edições anteriores, esse ano o Boi da Gente traz uma temática: “A Arte de Resistir”. De acordo com um dos organizadores, Léo Lira, o tema de 2020 é mais uma forma de luta da classe artística diante do desmonte do setor cultural no Brasil.

“A escolha do tema vem dessa luta que os movimentos de cultura popular vem enfrentando, não só aqui na cidade, mas no país, com o fim do Ministério da Cultura e o fim das políticas de cultura. Diante de tantas questões, os artistas vêm lutando para sobreviver. Aqui na cidade nem se fala, o Boi da Gente é quem traz esse legado há tantos anos. A gente vem travando tantas lutas sem apoio dos órgãos competentes, mas vem resistindo dentro desse contexto”, explica Lira.


Além da temática, o grupo também homenageia uma personalidade da cidade. Esse ano, o homenageado é Severino José da Silva. Falecido desde 2013, Biu, como era conhecido na cidade, é um dos percussores da tradição carnavalesca do boi em Belo Jardim. Durante mais de 50 anos, Severino saia com o Boi de Biu pelas ruas do município, considerado pelos moradores como o menor bloco carnavalesco do mundo.

Segundo Léo Lira, o Boi da Gente é uma evolução do Boi de Biu, pois a história do grupo é muito semelhante a trajetória de resistência de Severino. “Homenagear Biu é isso, ele foi um artista, uma pessoa que fez o carnaval dele sozinho por anos e anos. Para gente, é muito importante trazer a memória dele nesse momento”, finaliza.

Para o artista plástico e também organizador do grupo, Adones Valença, de certa forma o Boi da Gente resgatou e reinventou o trabalho do Boi de Biu. Além do mais, ele ressalta a importância dessa homenagem, pela pessoa que Biu era e pelo o que ele representa no imaginário coletivo do município.

“Ele era para ser um patrimônio da cidade pelo trabalho que ele fez em manter a tradição do Carnaval. Nós tivemos vários eventos em que o Boi da Gente convidava o Boi de Biu para se apresentar, justamente por entender essa importância dele para a cidade e para a comunidade. Então, a homenagem a Biu é uma homenagem merecida”, completa.

Serviço
Concentração: Rua Joaquim Cordeiro Vanderlei, no bairro de São Pedro.
Data: 16/02
Horário: a partir das 15h.


História do Boi da Gente

O Boi da Gente é um grupo que começou suas atividades como um brinquedo popular em 2007 e sedimentou-se como um dos principais coletivos artísticos do Agreste de Pernambuco. Como uma gigante sombrinha de Frevo ou um palio enorme de Maracatu, o Boi da Gente abriga artistas, músicos, poetas, professores, universitários e inventores que se lançam no campo experimental das diversas linguagens da música, dança, teatro, moda, cinema e artes visuais.

No segundo semestre de 2019, o grupo ocupou uma casa localizada no Parque do Bambu. Desde então, artistas e coletivos vêm realizando atividades no ambiente para atender toda a população, mas principalmente a comunidade do Parque. Oficinas, teatro, shows, debates e até feiras de adoção de animais ocorrem no espaço.

Sobre o homenageado

O Boi de Biu é uma herança do pai de Severino José da Silva, que acabou dando continuidade ao protejo junto aos familiares e esposa. Durante mais de 50 anos, Biu, como era conhecido, saia no Carnaval pelas ruas de Belo Jardim tocando em seus instrumentos feitos de lata. Por muito tempo, o estandarte era produzido com estopa e saco de açúcar, e o boi com corpo de cavalete e cabeça de papel maché.


Os foliões que acompanhavam o “menor bloco do mundo” eram, em sua maioria, crianças que se divertiam com a presença de Biu, do boi e das burricas. Em 2013, Severino morreu aos 65 anos e desde então o Boi de Biu não sai mais pelas ruas da cidade.

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Fotos: Arquivo do Boi da Gente

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