O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado, 24, que
não tem problemas com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, mas reagiu quando
questionado se Moro teria carta branca: "Eu tenho poder de veto em
qualquer coisa, senão eu não era presidente. Todos os ministros têm ingerência
minha. Eu fui eleito para mudar", disse.
Como informou o Estadão/Broadcast, plataforma de notícias
em tempo real do Grupo Estado, Bolsonaro indicou na sexta-feira, 23, cinco
nomes para integrar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Apesar de o Cade ser formalmente ligado ao Ministério da Justiça, de Moro, o
ministro não foi consultado e não teve influência em nenhuma das
indicações.
Segundo a reportagem apurou, ao menos dois deles foram
negociados com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), dos advogados
Luiz Augusto Hoffmann e Lenisa Rodrigues Prado, indicada para o cargo de
procuradora-geral do órgão.
Além deles, Bolsonaro indicou para o conselho o também
advogado Sérgio Costa Ravagnani e o economista Luiz Henrique Bertolino Braido.
O atual superintendente-geral do órgão, Alexandre Cordeiro, foi reconduzido ao
cargo. Todos os indicados passam por sabatina em comissão do Senado e precisam
ter seus nomes aprovados pelo plenário da Casa.
A indicação de Cordeiro também foi defendida por
senadores. Ainda há uma vaga no conselho, que também deverá ser preenchida por
indicação do Senado.
A tentativa de atender senadores vem em um momento em que
os parlamentares devem avaliar a possível indicação do deputado Eduardo
Bolsonaro (PSL-RJ) para embaixador nos Estados Unidos. No início do mês,
Bolsonaro retirou outros dois nomes indicados por ele mesmo em maio e que não
teriam agradado aos senadores - eles haviam sido escolhidos pelos ministros da
Economia, Paulo Guedes, e da Justiça, Sérgio Moro.
Tradicionalmente, os escolhidos para o conselho são
apontados pelas equipes da Economia e da Justiça. A equipe de Guedes foi quem
escolheu Braido. Ele é PHD em economia pela Universidade de Chicago, onde
Guedes também estudou, e é professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio de
Janeiro.
Fonte: DP
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