Um passo depois do outro. Josa tinha um problema motor.
As pernas, que mais tarde sustentariam um jogador profissional, nasceram
tortas. Joelhos para dentro, tocando um no outro, retorcidos a ponto de
impedi-lo de caminhar normalmente. O garoto baiano não conseguia encadear o que
para os demais meninos era natural: um passo depois do outro.
O início da jornada para se tornar volante, hoje no Náutico,
não foi fácil. Ele precisava ser levado pela mãe da sua cidade, Alto da
Lagoinha, para Salvador. Percorriam mais de 200 km para trocar periodicamente
as botas ortopédicas, que a cada mês precisavam ser maiores para acompanhar o
crescimento do moleque.
- Devo muito a minha mãe. Ela sempre estava disponível
para me ajudar, com todo custo, toda dificuldade. Ela e meu pai fizeram até
promessa para que eu ficasse bom e deixasse de usar aquelas botas.
Com esforço, não conseguiu apenas andar como os outros
meninos da sua cidade. Fez das pernas o sustento de uma família inteira. Foi
mototaxista e vendedor de autopeças, antes de se transformar em um profissional
do futebol.
Fonte: GE