Primeira mulher nascida no Brasil a virar santa, Irmã
Dulce será canonizada no dia 13 de outubro em cerimônia presidida pelo papa
Francisco no Vaticano, de acordo com informações divulgadas nesta segunda-feira
(1º) pelo "Vatican News", o canal oficial de comunicação da Santa Sé.
O Vaticano anunciou a canonização em maio deste ano,
quando um segundo milagre atribuído à religiosa foi reconhecido por meio de
decreto. Trata-se da cura de um paciente que estava cego.
Soteropolitana nascida em 1914, Maria Rita Lopes de Sousa
Brito, conhecida como "Anjo Bom da Bahia", se dedicou ao trabalho
social nas ruas da capital baiana.
Começou prestando assistência à comunidade favelada dos
bairros de Alagados e de Itapagipe e depois fundou a União Operária São
Francisco, primeiro movimento cristão operário de Salvador e o Círculo Operário
da Bahia, que proporcionava atividades culturais e recreativas, além de uma
escola de ofício.
Em 1949, acolheu no galinheiro situado ao lado do
Convento Santo Antônio cerca de 70 doentes recolhidos das ruas de Salvador. O
episódio é considerado a origem da OSID (Obras Sociais Irmã Dulce), instituição
filantrópica fundada por ela dez anos depois.
O primeiro milagre atribuído a ela e que lhe rendeu a
beatificação aconteceu em 2001, quando uma mulher havia sido desenganada pelos
médicos depois de dar à luz devido a um quadro grave de hemorragia.
Além de Irmã Dulce, outros quatro beatos serão
canonizados no mesmo dia: John Henry Newman, Giuseppina Vannini, Maria Teresa
Chiramel Mankidiyan e Margherita Bays.
A canonização de Irmã Dulce é a terceira mais rápida da
história da Igreja Católica a partir da data da morte: 27 anos após seu
falecimento, atrás da santificação do papa João Paulo II (9 anos após sua
morte) e de madre Teresa de Calcutá (19 anos após o falecimento).
Fonte: Diário de Pernambuco