Um esquema que sonegou ao
menos R$ 122 milhões em impostos é alvo da Operação Endosso, desencadeada nesta
terça-feira (30/07) pelo Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime
Organizado (Draco). Segundo a delegada Polyanne Farias, o esquema contava com
utilização de notas fiscais fictícias e empresas de fachada.
Até as 12h30, oito dos dez
mandados de prisão haviam sido cumpridos. A ação apura crimes contra a ordem
tributária e de falsidade ideológica. Um dos locais onde foram cumpridos
mandados de busca, pela manhã, foi a fábrica da Pitú, em Vitória de Santo Antão,
na Zona da Mata de Pernambuco. A empresa nega ter cometido crimes.
"Em 2017, já se
totalizou R$ 122 milhões movimentados em desvios, em sonegação, por essas
empresas laranjas. Nós temos empresas que não existem, mas que figuram
formalmente em transações buscando dar legalidade a atos que, na verdade, são
ilegais, como, por exemplo, as negociações envolvendo notas fiscais
fictícias", disse a delegada.
Cinco empresas são
investigadas, além de outras sete que seriam de fachada. O motivo da busca na
fábrica da Pitú não foi esclarecido, nem se a empresa tem participação no
esquema. Um policial militar reformado foi preso suspeito de ter envolvimento
com uma empresa fantasma que prestaria serviços à Pitú, mas outros detalhes não
foram divulgados pela polícia.
Em nota, a Pitú apontou que
"está, como sempre esteve, à disposição para colaborar com o poder
público, prestando informações e documentos que são solicitados, não tendo sido
alvo de nenhum mandado de prisão". A engarrafadora afirmou, ainda, que
"tem em sua cultura empresarial a retidão de comportamento, o respeito às
leis e o compromisso de cumprir todas".
Ao todo, foram emitidos
quatro mandados de prisão preventiva, seis de prisão temporária e nove de busca
e apreensão pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Vitória de Santo Antão. Os
mandados foram para Recife, Vitória, Cupira e Ipojuca, em Pernambuco, e
Propriá, em Sergipe.
Cerca de 70 policiais civis,
entre delegados, agentes e escrivães, além de equipes da Sefaz e da Polícia
Civil de Sergipe, foram escalados para o cumprimento dos mandados. A assessoria
da Secretaria da Fazenda de Pernambuco informou que deve se pronunciar na
quarta-feira (31), após a conclusão dos trabalhos, com os resultados da ação.
Fonte: G1