O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI),
general Augusto Heleno, afirmou nesta quarta-feira (10), que o vereador Carlos
Bolsonaro é "extremamente traumatizado" pelo atentado que seu pai, o
presidente Jair Bolsonaro, sofreu no ano passado, durante a campanha eleitoral,
em Juiz de Fora (MG).
O comentário foi feito em audiência na Câmara dos
Deputados em resposta a uma pergunta sobre uma suposta desconfiança de Carlos
Bolsonaro quanto à segurança presidencial por parte do GSI. Heleno salientou
que não era o GSI, mas a PF, quem fazia a segurança de Bolsonaro naquela
ocasião.
"Eu conheço Carlos. Ele é extremamente traumatizado
pelo atentado que buscou mudar a realidade política do Brasil, o atentado a
faca que o presidente recebeu. Naquela situação Bolsonaro estava sob cuidado da
PF", disse o ministro, em audiência na Comissão de Relações Exteriores da
Câmara dos Deputados, marcada para tratar da prisão de um militar da Força
Aérea Brasileira, Manoel Silva Rodrigues, transportando droga na Espanha em
comitiva que acompanhava viagem do presidente Jair Bolsonaro.
Heleno emendou esclarecendo que não está "colocando
responsabilidade" na PF. Disse que o órgão "melhorou mito nas últimas
décadas e tem equipamentos de alta qualidade e é muito eficiente". "O
que acontece é que candidatos como o presidente Bolsonaro desrespeitam regras
traçadas e isso é normal e aqueles que fazem segurança não podem impedir. Hoje
em dia, mesmo em viagens, ele acaba fazendo coisas que são delicadas",
disse.
Em um dos temas debatidos na sessão, o avanço do
narcotráfico e das organizações criminosas no país, Heleno afirmou que isso se
deve a "leniência dos governos anteriores". "Estamos seriamente
contaminados por organizações criminosas a ponto de transformar problema de
segurança pública em problema de segurança nacional" disse.
A frase de Heleno fez referência à observação do
tenente-brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior, representante do
Ministério da Defesa na sessão, que sugeriu atuação conjunta entre os poderes
no país para combater as drogas.
Investigação
Na audiência, Heleno, Carlos de Almeida Baptista Junior e
o representante da Aeronáutica, Carlos Augusto Amaral Oliveira, foram bastante
questionados sobre o andamento das investigações em torno dos fatos e
circunstâncias que levaram à prisão do segundo sargento Manoel Silva Rodrigues.
Heleno comentou que "por enquanto não há indício de participação" de
outros envolvidos.
Essa foi a única informação sobre o inquérito policial
militar aberto. Diante de outros questionamentos, a resposta padrão é que não
se podia trazer detalhes dado ao sigilo da investigação.
Fonte: Diário de Pernambuco