A Copa América que terminou
no domingo gastou R$ 20 milhões em estruturas complementares, ou cerca de R$
800 mil por jogo. Trata-se da maior despesa de cada partida, o dobro que
custaram os aluguéis dos estádios, por exemplo. Morumbi, Maracanã, Mineirão e
Arena Corinthians receberam R$ 350 mil de aluguel por partida. Arena do Grêmio
e Fonte Nova, R$ 250 mil cada.
Durante entrevista coletiva
de balanço da primeira fase, ao responder perguntas sobre preço dos ingressos,
os porta-vozes do Comitê Organizador Local (COL) afirmaram mais de uma vez que
era preciso bancar "os altos custos" de organização da competição. O
aumento do custo da entrada deu o retorno financeiro esperado. No total, foram
mais de 200 milhões de reais arrecadados.
E para diminuir os
"altos custos" do torneio, a organização concentrou as sedes da Copa
América em estádios já preparados para receber partidas do porte da competição.
No site oficial do torneio, a organização fala em "maximizar o uso dos
estádios" e promover "redução dos custos operacionais".
No entanto, ao analisar e
somar todos os custos detalhados de cada jogo, percebe-se que estas tais
estruturas foram responsáveis por cerca de 20% dos gastos totais das partidas
da competição.
Em nota enviada o COL afirmou que "as estruturas provisórias são
necessárias para atender, por exemplo, às demandas de mídia e segurança".
E que também estão nesse
pacote serviços como "infraestrutura de tecnologia e energia, centros de
mídia para credenciados, complexo de TV e salas de apoio aos detentores de
direito de transmissão de vídeo, assim como tendas e equipamentos de checagem
eletrônica de público".
O COL não explicou, por
exemplo, por que o custo das estruturas provisórias foi mais alto no estádio do
Corinthians (R$ 1.116.019,46 por jogo) do que no do São Paulo (R$ 777.005,36
por partida). A Arena Corinthians foi usada na Copa do Mundo e nos Jogos
Olímpicos, além de ter sido inaugurada mais recentemente do que o Morumbi.
Custo por jogo das
estruturas provisórias em cada estádio:
Arena Corinthians - R$
1.116.019,46
Fonte Nova - R$ 856.848,21
Morumbi - R$ 777.005,36
Arena do Grêmio - R$
713.172,16
Mineirão - R$ 690.453,99
Maracanã - R$ 674.895,31
O Comitê Organizador Local
disse ter aberto uma concorrência para decidir o fornecedor das estruturas
provisórias da Copa América. Oito empresas participaram, e o vencedor foi o
consórcio formado pelas empresas Arena, Telelok, DMDL e TLK.
Maiores gastos da Copa
América
A Conmebol divulgou os
borderôs de 23 dos 26 jogos disputados na Copa América. Restam ainda os
informes financeiros de Chile x Peru, Argentina x Chile e Brasil x Peru. Nestes
borderôs, são detalhados todos os gastos de cada partida, por tipo de despesa.
Além, é claro, da renda total, discriminada por setor do estádio. Veja abaixo
um exemplo:
As estruturas
complementares, padronizadas por estádio, custaram para a organização um total
de R$ 20.355.922,81. Os outros dois maiores gastos foram com "serviços de
ingressos e controle de acesso" e "serviços de tecnologia".
Ambos passaram a barreira dos R$ 10 milhões.
Confira os 10 maiores gastos
divulgados da Copa América:
Maiores gastos da Copa
América
Tipo de despesa Custo total
Locação de Estruturas
Complementares R$ 20.355.922,81
Serviços de Ingressos e
Controle de Acesso R$
12.901.920,38*
Serviços de Tecnologia R$ 10.886.539,86*
Serviços Segurança R$ 9.667.881,56*
Serviços Operação Estádio R$ 8.389.145,22*
Aluguel Estádios R$ 8.049.999,99
ISS R$ 6.486.323,55*
Serviços Decoração e
Sinalização Estádio R$ 4.725.694,81
Serviços de Alimentação R$ 4.377.982,95*
Serviços Ambientação
Convidados R$ 2.861.635,64
Fonte: Conmebol
*sem todos os gastos das
partidas divulgados pela Conmebol
Vale lembrar que, apesar dos
gastos altos, o faturamento com bilheteria também é bem elevado nesta Copa
América. No total, a renda bruta acumulada das 26 partidas foi de cerca de R$
215 milhões. Com exceção das vendas dos camarotes, todo o restante do montante
vai para o Comitê Organizador Local do torneio.
Fonte:GE