Um vestiário na Espanha, um
amistoso diante da Escócia. Marta assume o discurso, fala de representatividade
e coloca em palavras a batalha das que lutam pelo futebol feminino dentro das
quatro linhas. A emoção toma conta de cada uma delas. Das meninas às experientes
que buscam provar dentro de campo que o esforço nunca foi em vão. A cena é real
e mostra como vestir a camisa amarela é uma honraria ainda festejada com o
máximo de dedicação. Assim, com esse espírito, vão nossas 23 representantes
brasileiras para a disputa da Copa do Mundo feminina, que começa dia 7 de
junho, na França - o Brasil estreia dia 9 diante da Jamaica. Não chegam em um
bom momento como conjunto, mas levam no coração a missão de propagar a
modalidade que começa uma nova fase no país. E sabem disso.
A maior cobertura da mídia,
a transmissão em TV aberta pela Globo, anunciantes entrando na corrente de
divulgação como nunca antes fizeram. Um cenário que não se imaginava há quatro
anos quando, em 2015, o Canadá foi a sede do Mundial. A época é de quebrar
muros e, por isso, mesmo com a situação atual do Brasil e o rendimento bem
abaixo do esperado, é preciso sim que o movimento continue. É preciso que a
visibilidade chegue, como está chegando, que a imagem das mulheres no futebol
chegue aos olhos de milhões de brasileiros. É importante que amemos, criemos
vilões, se for o caso, mas que tenhamos um envolvimento sentimental com a
modalidade. Isso faz parte do crescimento.
Vamos aproveitar Marta,
Cristiane e Formiga. Vamos curtir suas histórias, seus recordes. A camisa 10
pode chegar ao título de maior artilheira nas Copas entre homens e mulheres –
soma 15 gols contra 16 do alemão Klose. Formiga chega a sua sétima Copa do
Mundo. Cristiane está em sua despedida de um Mundial. São ícones que muito já
fizeram pela Seleção. Elas estarão lá dando a cada torcedor o orgulho da
categoria em cada jogada. É por elas e pelas outras 20 jogadoras que devemos
torcer. Por essas mulheres que enfrentaram e enfrentam dificuldades,
preconceitos, desafios para que uma equipe verde e amarela possa contar com
atletas em alto nível. Elas dão continuidade a nomes como Sissi, Tafarel,
Pretinha, Fanta e tantas outras que carregaram o futebol em seus corpos. Dão
continuidade a uma história de duas medalhas olímpicas e uma decisão de Copa do
Mundo. Isso tudo conquistado naquela época sem um incentivo como começou a ser
feito atualmente. É para se ter orgulho dessa trajetória.
Boa sorte, meninas! O
orgulho é nosso de ter mulheres envolvidas em uma luta tão bonita.
Fonte:GE