A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe)
rejeitou e arquivou um pedido da apuração interna para excluir o ex-juiz Sergio
Moro de seus quadros caso os diálogos revelados pelo site The Intercept Brasil
sejam comprovados. O requerimento foi apresentado por trinta magistrados em
razão das conversas em que o atual ministro do governo Bolsonaro aparece
orientando ações do Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lava Jato.
Moro é um sócio benemérito da Ajufe desde outubro de
2018, quando deixou a magistratura para assumir o Ministério da Justiça.
“Entendemos que as condutas expostas na publicação jornalística, caso
confirmadas, são totalmente contrárias aos princípios éticos e às regras
jurídicas que devem reger a atuação de um magistrado”, diz o pedido.
A Ajufe afirma que o documento foi analisado pela sua
Diretoria de Assuntos Jurídicos e recebeu parecer contrário. “É importante
ressaltar que não existem elementos comprobatórios concretos, com base no
estatuto da Ajufe, que justifiquem a instauração de processo administrativo,
conforme solicitado no requerimento. Além disso, a evidente ilegalidade na
obtenção das provas já impediria a instauração”, diz nota da associação.
O ex-juiz federal também recebeu uma moção de apoio
assinada por 271 de seus antigos colegas de magistratura. O documento afirma
que as mensagens revelam um diálogo “inter-institucional republicano” comum em
fóruns.
“Entendemos que seu conteúdo até agora divulgado, ainda que seja
autêntico e não tenha sido editado, não ofende o princípio da imparcialidade
que rege a conduta de um magistrado”, afirmam os juízes.
Fonte: Blog do Magno