O Papa Francisco realizou um novo chamado à comunhão dos cristãos e recordou que a unidade se encontra no DNA da comunidade cristã.
A partir do livro dos Atos dos Apóstolos e inaugurando
uma nova série de catequeses, o Santo Padre destacou durante a Audiência Geral
desta quarta-feira, 12, na Praça de São Pedro, que após a traição de Judas os
Apóstolos se esforçaram por recuperar a unidade do colégio apostólico.
“Ante o abandono de um dos 12, que provocou uma ferida no
corpo comunitário, fez-se necessário que seu cargo passasse a outro. E quem
poderia assumi-lo? Pedro indica o requisito: o novo membro deve ter sido
discípulo de Jesus desde o início, quer dizer, do batismo no
Jordão até o final, ou seja, a ascensão aos Céus”.
O Papa Francisco assinalou que era “necessário
reconstruir o grupo dos Doze. Naquele momento se inaugurou a prática do
discernimento comunitário, que consiste em ver a realidade com os olhos de
Deus, na óptica da unidade e da comunhão”.
Dois eram os candidatos a ocupar o posto abandonado por
Judas: José Barsabás e Matias. “Então, toda a comunidade rezou assim: ‘Tu,
Senhor, que conheces o coração de todos, mostra qual destes dois escolheste
para ocupar o posto que Judas abandonou’. E o Senhor indica Matias”.
Desse modo, reconstituiu-se “o corpo dos 12, sinal de que
a comunhão vence a divisão, prevalece sobre o isolamento, sobre a mentalidade
que absolutiza o espaço privado, sinal de que a comunhão é o primeiro
testemunho que os Apóstolos oferecem”.
“Os 12 manifestam nos Atos dos Apóstolos o estilo do
Senhor. São testemunhos fidedignos da obra de salvação de Cristo e não
manifestam ao mundo uma suposta perfeição, mas, por meio da graça da unidade,
fazem surgir Aquele que agora vive de um modo novo em meio ao seu povo: o
Senhor Jesus”.
Portanto, “os Apóstolos escolhem viver sob a guia do
Ressuscitado na unidade entre os irmãos, que se torna a única atmosfera
possível da autêntica doação de si”.
O Pontífice sublinhou que “também nós temos a necessidade
de redescobrir a beleza de testemunhar o Ressuscitado, abandonando as atitudes
de auto-referencialidade, renunciando a reter os dons de Deus e não cedendo à
mediocridade”.
“A reunificação do colégio apostólico mostra como no DNA
da comunidade cristã há unidade e liberdade própria, que permite não ter medo
da diversidade, não apegar-se às coisas e aos dons e tornar-se mártires,
testemunhos luminosos de Deus vivo que atua na história”, concluiu o Pontífice.
Fonte: ACI Digital