O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta
quinta-feira (23) que o Brasil evitou se transformar em uma Venezuela, mas não
em uma Argentina, onde a vitória da ex-presidente Cristina Kirchner, que
anunciou que vai concorrer nas eleições em outubro, pode trazer de volta
medidas que aumentem o tamanho do Estado na economia, o que seria um retrocesso
na agenda liberal de Mauricio Macri. "Fomos salvos disso (de virar uma
Venezuela). Estávamos indo para um caminho estranho. Mas ainda não estamos
salvos de ir para o caminho da Argentina", disse em sua apresentação, que
durou cerca de 45 minutos.
Guedes disse que o apoio formal declarado hoje pelos
Estados Unidos à entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e o
Desenvolvimento Econômico (OCDE) foi resultado da visita que Bolsonaro fez a
Donald Trump este ano. "É a primeira divisão", disse ele, ressaltando
que o Brasil precisa agora avançar nos rankings de facilidade de se fazer
negócios, onde o País está acima da centésima posição.
"Vamos abrir a economia, mas aos poucos."
Guedes ressaltou que o Mercosul está prestes a fechar com a União Europeia o
maior acordo comércio que o Brasil já fez. "Está tudo acertado, os
europeus cederam em tudo, os argentinos cederam em tudo", afirmou.
Guedes usou o exemplo do Chile em sua apresentação para
falar do sucesso da agenda liberal e da adoção do sistema de capitalização na
previdência chilena. Ele destacou que o país vizinho saiu da miséria, acelerou
o crescimento econômico e hoje tem renda per capta mais alta que a do Brasil.
"O Brasil está parado há oito anos."
O ministro disse que as expectativas de crescimento do
Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2019 foram sendo revisadas para
baixo por conta de expectativas de avanço mais lento da Previdência.
"Aprova a reforma para você ver como volta muito rápido. Achamos que em
dois ou três meses as expectativas vão ser revistas para cima." Fonte: Diário de Pernambuco