O presidente Jair Bolsonaro chamou de "idiotas
úteis" e "massa de manobra" manifestantes que organizam nesta
quarta-feira (15), uma série de protestos contra os cortes do governo na
educação básica e no ensino superior. O presidente classificou os protestos
como algo "natural" e disse que "a maioria ali (na manifestação)
é militante".
"Se você perguntar a fórmula da água, não sabe, não
sabe nada. São uns idiotas úteis que estão sendo usados como massa de manobra
de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo das universidades
federais", disse Bolsonaro ao chegar em Dallas, nos Estados Unidos. Ele
foi recebido por apoiadores ao chegar no hotel onde se hospedará hoje na cidade
americana.
Em capitais como São Paulo, Belo Horizonte e Salvador, os
atos contra os bloqueios do Ministério da Educação (MEC) começaram pela manhã,
embora a maior parte esteja marcada para o período da tarde. Além das
manifestações, algumas universidades e escolas cancelaram as aulas.
O presidente disse ainda que não gostaria que houvesse
cortes na educação e disse que não teve saída. "Na verdade não existe
corte, o que houve é um problema que a gente pegou o Brasil destruído
economicamente, com baixa nas arrecadações, afetando a previsão de quem fez o
orçamento e se não tiver esse contingenciamento eu simplesmente entro contra a
lei de responsabilidade fiscal", afirmou o presidente. "Mas eu
gostaria que nada fosse contingenciado, em especial na educação", disse
Bolsonaro.
Ao menos 75 universidades e institutos federais do País
convocaram protestos em resposta ao bloqueio de 30% dos orçamentos determinado
pelo Ministério da Educação (MEC).
O presidente falou que a educação no Brasil "está
deixando muito a desejar". "A garotada, com 15 anos de idade, na
oitava série, 70% não sabe uma regra de três simples. Qual o futuro dessas
pessoas?", disse o presidente, culpando o governo do PT por não ter dado
"qualificação" a parte dos desempregados do País.
Bolsonaro visita Dallas em uma agenda improvisada e
organizada às pressas pelo governo, depois de o presidente desistir de ir à
cidade de Nova York. Ele participaria do prêmio de "personalidade do
ano" concedido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos na noite
desta terça, mas a homenagem foi alvo de boicotes e críticas do próprio
prefeito da cidade, Bill de Blasio.
Fonte: Diário de Pernambuco